"Parte deste movimento se explica pelo apetite chinês por celulose de fibra curta do Brasil e também pela redução da oferta mundial de celulose, provocado pelo terremoto e tsunami no Chile, paralisações no porto da Escandinávia, forte inverno no hemisfério norte, com consequente impacto nos estoques internacionais de celulose", afirma Pedro Galdi, economista chefe da SLW Corretora.
A Suzano realizou vendas de 420 mil toneladas de celulose no segundo trimestre de 2010, 9% superior ante o trimestre anterior e 23% inferior na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, que se explica por uma liquidação de estoques elevados que mantinha naquele período e com o agravamento da crise optou em desovar com preços mais baixos. No segmento de papel as vendas físicas atingiram 297 mil toneladas, alta de 16% sobre o trimestre anterior e recuo de 5% sobre o volume colocado no mesmo trimestre do ano anterior.
"O resultado veio dentro do esperado pelos analistas e a teleconferência a empresa apontou para expectativas favoráveis, o que torna-se um vetor positivo para os preços das ações da empresa. A Suzano segue com seus investimentos em aumento de capacidade de produção em novas unidades nas regiões norte e nordeste do país. Seu endividamento está em bom patamar, permitindo acelerar os projetos e buscar nos próximos anos uma capacidade similar ao que a Fibria detêm atualmente", pondera o economista.
Em relação às expectativas para os próximos trimestres, a SLW acredita que a queda do preço da celulose em agosto foi apenas um ajuste e deve ser manter neste patamar ao longo do trimestre e conforme o rumo da economia mundial poderá ocorrer um novo aumento no final deste ano. É importante citar que a Suzano reduziu seus preços para acompanhar outras empresas do setor que optaram em rebaixar preços com temor de que um agravamento no cenário econômico mundial esteja se materializando, mas ressalta que os estoques internacionais continuam na faixa de 25 dias, ou abaixo do patamar de 33 dias de média histórica.
Segundo Galdi, "a demanda por celulose deve continuar aos níveis dos meses de abril a junho de 2010, mas a oferta pode ser ampliada com retomada pontual de algumas plantas que paralizaram suas atividades durante a crise econômica e preços baixos. Vale lembrar que a Suzano fará neste segundo semestre paradas programadas para manutenção que serão realizadas nas duas linhas de produção de celulose da fábrica de Mucuri, na Bahia e que devem reduzir a oferta da empresa em torno de 35 mil toneladas".
(SV - Agência IN)