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Petrobras não mostra preocupação com alta da alavancagem

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S O PAULO, 13 de agosto de 2010 - A elevação da alavancagem da petrobras (PETR3)(PETR4) nos resultados apresentados no segundo trimestre, a princípio, não preocupa a diretoria da estatal. De acordo com o Almir Barbassa, diretor financeiro de relações com investidores, "não há nenhuma preocupação quanto a essa questão [de perder o grau de investimento]".

O endividamento total da petrolífera subiu de R$ 108,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, para R$ 118,4 bilhões de abril a junho, enquanto a dívida líquida avançou de R$ 81,2 bilhões para R$ 94,2 bilhões.

"Nós investimentos R$ 38 bilhões neste semestre, estamos financiando o investimento com captação, é natural que a divida líquida aumente, o que temos é que administrar o capital da empresa para que continue sólida, para que os investidores continuem acreditando e apostando na empresa", ressaltou Barbassa.

A petrolífera Petrobras encerrou o segundo trimestre de 2009 com lucro líquido de R$ 8,29 bilhões, avanço de 1,7% diante dos R$ 8,16 bilhões reportados no mesmo período do ano passado. A receita líquida cresceu 20,2%, para R$ 53,631 bilhões, na mesma base de comparação. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) somou R$ 15,927 bilhões, com queda de 9,5%.

"Contribuiu para a elevação da receita o crescimento da demanda de diesel no País. Devido a uma série de paradas nas refinarias no final do primeiro trimestre e no início do segundo, a produção de diesel caiu e nós tivemos de atender o crescimento de mercado via importação, o que obviamente nos deixa margem menor do que se produzido no País", afirmou Almir Barbassa, diretor financeiro e de relações com investidores da estatal.

Segundo Barbassa, todas as paradas são programadas e fazem parte da rotina operacional da empresa. "Mesmo assim, conseguimos manter o nível da capacidade instalada sempre superior a 90%. O que não é fácil operando apenas uma usina, imagine 11", ressaltou o diretor.

A companhia produziu um total de 2,587 milhões de barris diários de óleo e gás no segundo trimestre de 2010, quantia 1,5% superior na comparação com o primeiro trimestre e 2,5% acima do reportado no mesmo período do ano passado. "A produção deve continuar a crescer. Há novidades no pré-sal que nos fazem acreditar. Fizemos descobertas importantes na Bacia de Campos", avalia Barbassa. "Em breve também iniciaremos a produção do pré-sal de Baleia Franca, no Espírito Santo", ressalta.

A maior produção e a elevação do preço médio de venda das exportações e das vendas internacionais compensaram os preços menores praticados no mercado interno (redução no preço do diesel em 15% e da gasolina em 5%).

Ao contrário de outras empresas brasileiras que já anunciaram os seus balanços, o diretor financeiro de RI alegou que o resultado da empresa não sofreu praticamente impacto algum com as variações cambiais. Segundo ele, "o reflexo foi praticamente insignificante, muito pequeno, menor que nos períodos anteriores".

(Sérgio Vieira - Agência IN)