"Quanto ao gráfico de superávit primário até podemos dizer que teve um problema", afirmou o ministro, reiterando que o texto está correto - ao se referir ao governo como um todo mas o gráfico contém informações referentes apenas ao governo central.
No entanto, Mantega se negou a confirmar que o infográfico apontando que os gastos com os juros estão há oito anos em queda, quando claramente está expresso que estas informações estão há 6 anos em declínio.
Mesmo negando, há uma segunda falha facilmente verificável em simples análise do gráfico sobre custeio da máquina pública. Enquanto o título afirma elevação de investimentos com mesmo custeio, a representação mostra que a máquina pública sofreu inchaço nos últimos 3 anos.
Ao ser questionado sobre o motivo da escolha da data de 1995 para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, Mantega não soube informar o motivo e afirmou que deveria ter sido uma escolha da equipe econômica com base em algum parâmetro que, não sabia explicitar. Mais uma vez questionado da utilização das informações no site da candidata à presidência Dilma Rousseff, afirmou "que as informações eram pública e constavam no site. Qualquer um poderia pegar".
O ministro negou em todos os momentos as outras informações contidas, e afirmou que "só por que é eleição as pessoas querem encontrar chifre em cabeça de cavalo", sobre as considerações da imprensa de que o documento claramente favorecia a candidatura da petista com a utilização dos dados do governo Lula, em detrimento do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Com relação ao déficit de transações cujo título do documento diz ser "passageiro", a tabela revela declínio desde 2005 no déficit de transações correntes, o ministro afirmou que o passageiro era uma análise própria, e que segundo análise dele, a partir de 2011 e 2012, pode haver recuperação "pois as exportações aumentarão com a recuperação das outras economias e melhoraremos o saldo comercial".
Por várias vezes, Mantega se referiu à Folha tentando manipular as informações. "É um absurdo dizer que erramos ou fraudamos por que o que me referi é uma projeção".
(Sérgio Vieira - Agência IN)