"Historicamente, o estado de São Paulo contrata mais no segundo semestre, portanto, a expectativa é grande para os próximos seis meses", aponta Valter Nunes, Superintendente Regional Paulista da CEF.
Já em termos de valor, houve aumento de 71,72%, passando de R$ 5,3 bilhões no primeiro semestre de 2009 para R$ 9,1 bilhões nos seis primeiros meses deste ano. Mantido esse ritmo até o fim do ano, o volume de financiamentos habitacionais da Caixa em São Paulo ultrapassará os R$ 12 bilhões registrados em 2009.
No Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), em São Paulo, a Caixa já contratou 109.651 unidades habitacionais nos 14 meses do Programa, totalizando R$ 7,17 bilhões.
"O problema de São Paulo é a escassez de terra para qualquer tipo de empreendimento, não apenas o imobiliário. É preciso que se tenham leis urbanísticas que garantam terra disponível para faixas de renda mais baixas dentro das metrópoles, não apenas nos seus contornos", salienta Jorge Hereda, vice-presidente da Caixa.
Merecem destaque as linhas de crédito habitacional, destinadas a financiar a produção e a aquisição de imóveis novos. Para imóvel novo ou na planta, os empréstimos alcançaram o valor de mais de R$ 20,8 bilhões (sendo que os recursos do fundo Garantia por Tempo de Serviço - FGTS- somam R$ 11,43 bilhões, Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo -SBPE- R$ 5,15 bilhões, Fundo de Arrendamento Residencial -FAR- R$ 4,1 bilhões e demais fontes R$ 0,12 bilhões), 173,7% a mais que o primeiro semestre de 2009. A quantidade de unidades aumentou 300%, saindo de 74.898 em 2009 e chegando a 301.405 no mesmo período em 2010.
Já os recursos investidos no financiamento de imóveis usados aumentaram 39% nos primeiros seis meses do ano, com relação ao mesmo período em 2009, saltando de R$ 9,6 bilhões para R$ 13,3 bilhões. A meta do PMCMV para o Estado de São Paulo é de 183.995 unidades.
Questionado a respeito da origem dos recursos para os novos investimentos e empréstimos, Hereda alertou que ainda é possível capturar acima da velocidade de contratação da poupança. Segundo as previsões, somente por volta de 2013/2014 haverá gap entre essas acumulações. "Mas não é preciso se preocupar pois já estamos em conversas com investidores estrangeiros (principalmente de Londres e Nova York) que apostam na economia brasileira e no crescimento do setor, já sem o receio de risco cambiais como antigamente. A alternativa para se buscar recursos lá fora existe, mas ainda não é para agora", disse o vice-presidente.
(Sérgio Vieira - Agência IN)