As incertezas com relação aos Estados Unidos crescem diariamente. A lenta recuperação econômica do país já preocupava o mercado mas parecia abrandada diante de dados ora positivos ora negativos. No entanto, após 8 meses em alta, o varejo surpreendeu todas as previsões - que indicavam alta de 0,4% para maio ante abril - mas recuou 1,2%.
"O dado veio bem abaixo do que o mercado esperava, o que motivou a queda generalizada nos Estados Unidos e travou os ganhos da Europa que vive, há alguns dias, sem muitos rumores negativos. Apesar da baixa verificada durante o dia, os negócios conseguiram apresentar melhoria e fecharam estáveis", afirmou Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da Corretora Souza Barros.
A notícia impactou diretamente as ações das grandes varejistas do país. A Home Depot viu seus papéis recuarem 2,52%, a Procter & Gamble e a General Eletrics caíram 2% e o Walmart desceu 0,46%.
Os investidores acompanham com atenção os números do varejo por este segmento responder diretamente pelo consumo das famílias, que respondem por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O recuo sugere que a análise de economistas com relação aos Estados Unidos pode estar correta. Segundo algumas previsões, em breve o país entraria em novo ciclo recessivo devido ao crescimento do tipo "W" da atividade econômica.
As autoridades norte-americanas estimaram que o vazamento de petróleo no Golfo do México pode ser o dobro das cifras apontadas desde o afundamento da plataforma da British Petroleum (BP), que estuda cortar os pagamentos de dividendos a seus acionistas.
No entanto, para Ivan Kraiser, sócio da Legan Asset Management, afirmou que "na próxima semana o setor petrolífero dos EUA pode valorizar-se já que a BP apontou que está conseguindo conter o vazamento e suas ações já iniciaram movimento positivo".
Pela manhã, a Universidade de Michigan divulgou que a confiança do consumidor dos EUA subiu para 75,5 pontos em junho ante os 73,6 de maio, acima do previsto pelo mercado. Por sua vez, os estoques nas empresas cresceram pelo quarto mês consecutivo, apontando alta de 0,4% no mês de abril ante março.
(Sérgio Vieira - Agência IN)