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Otimismo externo impulsiona Ibovespa

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SÃO PAULO, 10 de junho de 2010 - Desde o início do pregão, a BM&FBovespa opera em alta influenciada pelos dados oficias da economia chinesa e de outras regiões do globo, sinalizando melhora nas perspectivas futuras quanto à recuperação econômica mundial. Há pouco, o Ibovespa subia 2,20%, aos 62.828 pontos. O giro financeiro da bolsa está em R$ 2,24 bilhões.

Pequim trouxe alívio aos mercados financeiros nesta quinta-feira após confirmar o resultado das exportações em maio, alta de quase 50% ante abril. O receio de que a crise fiscal na Europa e a lenta recuperação norte-americana - que segundo analistas seria do tipo "W" e que, na realidade, o país estaria prestes a entrar em novo ciclo de recessão - poderiam impactar o crescimento chinês não se confirmou.

"O Ibovespa reflete uma série de fatores: a agenda econômica fraca, a confirmação das expectativas quanto ao anúncio do Copom e o cenário internacional. Os dados da balança comercial chinesa espantaram os temores de desaceleração econômica e contribuíram para valorizar as commodities, o que influi, especialmente, nas empresas com ações em bolsa", afirmou Kelly Trentin, analista-chefe da Spinelli Corretora de Valores.

A melhora da taxa de desemprego na Austrália e a forte atividade econômica na Nova Zelândia - que aumentou os juros básicos após três anos - também pressionaram o movimento ascenente das ações na BM&FBovespa.

O destaque fica por conta das siderúrgicas e mineradoras. Acompanhando a alta das commodities no cenário externo, as ações preferenciais da Vale, há pouco, subiam 2,62% e da Usiminas 3,75%. Por sua vez, as da Gerdau (ON) cresciam 3,91% e CSN (ON) avançavam 3,70%.

Outro segmento positivo é o de construção civil. Os bons fundamentos macroeconômicos brasileiros sugerem aos investidores expansão nas oportunidades no setor e previsão de lucros. Os papéis ordinários da Agre subiam 3,98%, os da Cyrela 2,23%, da Gafisa 1,89% e da PDG 4,04%.

Após a votação da capitalização da Petrobras no Senado, as ações da estatal (PN) registram ganhos desde o início do pregão, com alta de 1,25%. Nesta madrugada, o Senado aprovou a capitalização por 44 votos a favor, seis contra e cinco abstenções, o que permitirá a exploração de até 5 bilhões de barris em áreas não-licitadas do pré-sal.

De acordo com Max Bueno, analista de investimento da Spinelli e especialista em Petrobras, "na medida em que as incertezas quanto ao processo de capitalização vão sendo removidos, a cotação passa a espelhar a própria empresa. No momento, só falta indicar o valor para o barril na cessão onerosa, o que ainda levará de 2 a 3 meses".

O mercado também repercute a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que aumentou ontem (9) a taxa Selic para 10,25% ao ano, em linha com as expectativas do mercado, que projeta novos ajustes da taxa neste ano, até o limite de 11,75%.

(Sérgio Vieira - Agência IN)