As expectativas com o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil, além do Livro Bege nos Estados Unidos e o aval positivo da Fitch com relação ao plano fiscal do novo governo da Hungria, por si só, já seriam dados suficientes para animar os investidores e trazer o Ibovespa para terreno positivo. Entretanto, foram os números preliminares sobre a economia chinesa - antecipados em conferência a investidores - que levaram o otimismo do mercado.
"O índice Xangai subiu quase 3% com a divulgação antecipada dos números das exportações chinesas [alta de 50% ante expectativa de 30% de abril para maio]. A preocupação do mercado de que a crise europeia poderia apaziguar o ritmo chinês e a recuperação global cedeu diante destes números", afirmou Alexandre Caldas, gestor de renda variável da Platina Investimentos.
O impacto do dado foi imediato nas commodities. Em correção pelo segundo dia consecutivo, os preços dos metais básicos enfrentam um rali liderado pela alta de 3% no cobre, de acordo com o gestor, que ressaltou a variação do preço mínimo (low) dos últimos dias e a sua recuperação nesta semana.
"As ações das empresas de mineração e siderurgia no Ibovespa refletem esta alta dos preços. A Vale [PNA avançam 2,75%] tem os ganhos mais acentuados do setor", aponta Caldas. Também com variação positiva, as ações da Usiminas (PN) subiam 2,71%, as da Gerdau (PN) 2,71% e da CSN (ON) 2,10%.
Ainda no cenário doméstico também contribui para a valorização do Ibovespa os papéis da Petrobras. Investidores aguardam a votação desta quarta-feira sobre o marco regulatório do pré-sal e a cessão onerosa, parte importante para a posterior capitalização da estatal. Há pouco, as ações (PN) da companhia cresciam 7,05%. Vale destacar que, além da votação, contribui para o movimento ascendente a cotação internacional do petróleo, influenciado pelos dados da China e, segundo Caldas, em menor escala, a queda nos estoques do insumo nos Estados Unidos.
O Ibovespa refletiu também os dados norte-americanos em linha com o projetado. Além dos indicadores macroeconômicos satisfatórios, Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), afirmou em discurso que a economia continuará a crescer este ano e em 2011, "mas o ritmo não será forte o suficiente para corrigir o mercado de trabalho e cortar o enorme déficit orçamentário".
(Sérgio Vieira - Agência IN)