A retração esperada não é preocupante pois o varejo está, neste momento, preparando-se para o movimento do Dia das Mães, considerada a melhor data para o varejo depois do Natal.
"Tradicionalmente, o mês de abril possui consumo mais baixo, com olhos no Dia das Mães. É um período em que o consumidor ajusta as contas".
Neste ano, excepcionalmente, o primeiro trimestre teve alta excedente do consumo decorrente dos incentivos fiscais praticados pelo governo. Com o anúncio do fim do Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido, houve um rally em busca de melhores preços, o que elevou as vendas de bens-duráveis (eletrodomésticos e automóveis, principalmente). Esse endividamento prévio também vai colaborar para diminuição no consumo do mês de abril.
"O consumidor antecipou o consumo que seria gerado ao longo do ano. É normal que o padrão de consumo diminua, influenciando também no volume de crédito que vai ser disponibilizado", apontou Almeida.
A região Nordeste, vedete do consumo e do crédito nos últimos meses, apresentou a maior taxa de crescimento nas concessões creditícias entre as regiões brasileiras, com alta de 18,5%. A região se beneficia do aumento de renda real propiciado às classes C e D.
'"O Nordeste teve migração de empresas do Sudeste, que por sua vez, tiveram excelente desempenho nos últimos meses, elevando o número de empregos e, consequentemente, gerando renda à população. Além disso, o turismo também influenciou nas taxas verificadas", afirmou o economista.
Já a região Centro - Oeste teve no acumulado do ano avanço de 32,2%, principalmente em decorrência da recuperação nos valores das commodities.
O economista ressalta ainda que é do interesse do comércio manter o patamar de vendas, o que pode gerar promoções ao longo do mês de abril.
(Sérgio Vieira - Agência IN)