De acordo com a SLW Corretora, a Grécia voltou ao foco global após rumores de que o país estaria tentando renegociar sua dívida sem a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que causou uma onda de saque em seus bancos. Influenciou também o câmbio as expectativas de alta de juro na China e o retorno do movimento de valorização do iuan. O governo chinês anunciou que fará leilão de títulos de três anos pela primeira vez desde junho de 2008 (total de US$ 2,2 bi), com emissões a cada quinze dias. "É esperado yield mais alto para esses títulos, o que está sendo interpretado como caminho rumo a alta da taxa básica de juros", comenta o Banco Fator em relatório.
As atenções também estiveram voltadas ao discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke sobre os desafios da economia. Em Dallas, o chairman disse que a economia americana ainda enfrenta problemas, em especial nos mercados imobiliário e de trabalho, sugerindo que a grande parte da população ainda está presa ao desemprego ou à execução de hipotecas.
Internamente, segue a movimentação dos bancos em reduzir suas posições líquidas vendidas, demonstrando que não apostam em apreciação do real além do entorno de R$ 1,76. No entanto, os hedges funds seguem aumentando-as, na contramão dos bancos.
Segundo Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da NGO corretora, pelos fundamentos, os bancos podem estar com a estratégia certa, já que há claramente um ponto de resistência para a intensificação da apreciação do real além do nível de R$ 1,76 por dólar, podendo até, ocasionalmente, flutuar abaixo disso, mas sem sustentação. "Pela dinâmica que vem mantendo, ainda há interesse dos bancos em dar suporte ao preço no entorno de R$ 1,76 para que consigam concretizar a redução ou até extinção de suas posições líquidas vendidas", observa.
Dados do BC mostraram nesta quarta-feira que o fluxo cambial brasileiro ficou positivo em US$ 2,114 bilhões em março. No período, a autoridade monetária comprou US$ 2,891 bilhões no mercado à vista, o que contribuiu para a redução das posições compradas dos bancos - em US$ 453,4 milhões no fim de março.
Hoje, a autoridade monetária adquiriu divisas a uma taxa média de R$ 1,7702.
(Simone e Silva Bernardino - Agência IN)