Jornal do Brasil
BRASÍLIA - Presidente do BC considera que mercado de trabalho no país hoje está entre os melhores
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou sexta-feira que, para a economia brasileira continuar a crescer, é fundamental que os agentes econômicos tenham confiança na capacidade de expansão da atividade produtiva do país. Embora a qualidade do emprego no Brasil ainda não tenha sido completamente restaurada dos efeitos da crise, o mercado de trabalho doméstico tem hoje uma das melhores situações do mundo, conforme considerou Meirelles.
Em palestra durante o 8º Seminário de Economia, promovido pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Meirelles disse que o Brasil tem demonstrado estar preparado para enfrentar choques diversos. Ele alertou, no entanto, que os problemas são criados na expansão e aparecem na retração , fazendo uma referência aos efeitos provocados na economia mundial pela quebra do banco americano Lemann Brothers.
Embora não passasse ileso, porque houve perda de 800 mil postos de trabalho, o Brasil conseguiu repor esse quadro, aumentando as contratações para um número superior a 1 milhão, disse o presidente do Banco Central.
Automóveis
Entre os setores bem-sucedidos, Meirelles citou a indústria automobilística que, pelas projeções da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), atingiu níveis recordes de produção e de vendas.
A qualidade do emprego ainda é menor, mas o Brasil tem um dos melhores quadros de emprego no mundo afirmou o presidenrte do Banco Central.
Para Meirelles, o Brasil só conseguiu atravessar o período crítico da crise financeira internacional, deflagrada em setembro do ano passado, em condições mais favoráveis do que o resto do mundo, porque foi criado um colchão de capital .
Ele observou que as instituições financeiras brasileiras têm conseguido manter a oferta de crédito com limites razoáveis de taxa de risco, em níveis acima do Índice de Basileia, de 11%.
Segundo Meirelles, por ter equilíbrio fiscal e monetário, o país reagiu bem à crise, enfrentando a queda da demanda no comércio internacional, no auge dos problemas, porque havia um ambiente doméstico favorável para que se explorasse o mercado interno.
Além dos índices de desemprego, o presidente do BC listou uma série de dados macroeconômicos, como os de recuperação da produção industrial e do comércio varejista, como mostras do sucesso das medidas tomadas pelo governo desde o final do ano passado para debelar a crise.
Existe claramente hoje a visão de que o Brasil tem uma trajetória de expansão sustentada pela frente afirmou Devemos aprender com os fracassos, mas também com os sucessos.
Sem mencionar riscos específicos, o presidente do BC alertou que os problemas que podem colocar a economia em risco surgem nos momentos de expansão, mas só se materializam na crise.
Os problemas são criados nos períodos de expansão, este é o momento em que todos devem ficar alertas concluiu.
Com agências