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Dados externos aguçam cautela e Ibovespa cede quase 5%

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SÃO PAULO, 28 de outubro de 2009 - Em meio a indicadores econômicos fracos, balanços corporativos ruins e à espera da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano, previsto para amanhã, o sentimento de cautela tomou conta dos negócios. Diante do cenário, o principal índice da BM&FBovespa operou em queda ao longo da sessão. O Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira com queda de 4,75 %, aos 60.162 pontos. O giro financeiro da bolsa terminou o dia em R$ 9,05 bilhões.

"Dados externos ruins fizeram prevalecer a aversão ao risco na sessão de hoje", reiterou o economista da M2 Investimentos, Luis Gustavo Medina. "Além disso, a cautela toma conta dos negócios, já que será divulgado amanhã o PIB dos Estados Unidos referente ao terceiro trimestre deste ano", completou. Medina destacou que as expectativas para o PIB do país são positivas, entretanto, diante da ausência de notícias positivas hoje, os investidores preferiram ser mais cautelosos. "Não tinha muito sentido comprar (investir)hoje, era melhor esperar o resultado do PIB", afirmou.

Hoje nos Estados Unidos foi revelado que as vendas de imóveis novos caíram 3,6% em setembro deste ano, ante o mês anterior. O dado surpreendeu negativamente o mercado, que esperava uma alta em torno de 2,6%.

E os novos pedidos de bens duráveis no país cresceram US$ 1,6 bilhão, ou 1%, em setembro de 2009, para US$ 165,7 bilhões. Esta foi a segunda expansão dos últimos três meses.

Entre outros motivos que pressionaram negativamente o desempenho do Ibovespa nesta quarta-feira, Medina citou a saída de investimentos estrangeiros. Segundo ele, desde o início da taxação sobre estes investimentos em ações e renda fixa, no dia 20 deste mês, o capital estrangeiro tem tido alta saída diária da bolsa brasileira.

A desvalorização das commodities também foi determinante para o desempenho negativo do Ibovespa na sessão de hoje. O recuo dos preços foi influenciado pelo anúncio de alta dos níveis de estoque de petróleo nos Estados Unidos e o balanço financeiro negativo da ArcellorMittal. A maior siderúrgica do mundo anunciou lucro líquido de US$ 903 milhões no terceiro trimestre deste ano, com queda de 76% na comparação com o mesmo período de 2008. O resultado veio abaixo do estimado pelos economistas.

Em meio ao cenário, companhias ligadas a commodities se destacam entre as mais desvalorizadas da sessão.

As ações ordinárias da MMX Mineração terminaram o pregão com desvalorização de 9,28%. No mesmo sentido, Usiminas (PN) recuou 6,44%, Vale (PN) 4,53% e Petrobras (PN) 4,75%. O setor financeiro também merece destaque, na sessão de hoje, Bradesco (PN) perdeu 5,45% e Itaú Unibanco (PN) desvalorizou 6,67%.

(Carina Urbanin - Agência IN)