O aumento de carros nas ruas era previsto com a criação da ZMRF - Zona Máxima de Restrição aos Fretados, agora as especulações feitas durante vários meses por dirigentes sindicais, empresários e especialistas em transporte e trânsito se tornaram reais. Com a implantação da norma, os congestionamentos na cidade de São Paulo atingiram a média de 73 km contra 65 km, no mesmo período do ano anterior, conforme dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
"Prevíamos que ocorreria o aumento de carros em circulação, já que cada ônibus retira 20 veículos das ruas, conforme pesquisas que realizamos em 2007. A constatação é simples, retira o fretado e entra o carro. Boa parte do usuário do fretamento não migra para o transporte público, pois para ele, acima de tudo, está a segurança e a pontualidade", afirma Jorge Miguel dos Santos, diretor do executivo do Transfretur - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento e para Turismo de São Paulo.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) registrou que a partir de 27 de julho, quando tiveram início as restrições, não foi constatado aumento de usuários. "Com esses dados, pode-se constatar que os ônibus de fretamento contribuíam para o fluxo das ruas da capital, e se bem organizados são os aliados à mobilidade da cidade", complementa Santos.
As vantagens do auxílio do fretamento no trânsito na cidade de São Paulo são notadas até pelas autoridades, conforme a citação do deputado estadual Orlando Morando: "Essa restrição não teve fundamento. Quem tinha o conforto de um fretado não vai usar trem mesmo. Além disso, quem deixou o fretado passou a andar de carro. O resultado a gente vê todos os dias: são engarrafamentos cada vez mais insuportáveis".
Segundo Jorge Miguel, ainda há muitas questões para serem examinadas pela Prefeitura Municipal de São Paulo. "É preciso uma melhor apuração das condições impostas na restrição e o acréscimo de mais vias com proibição de circulação. Bem como há a questão das multas, muitas vezes, atribuídas erroneamente aos ônibus que tem permissão para circular dentro da ZMRF. O mais importante é ver que a modalidade estava longe de ser o vilão do trânsito", finaliza o diretor.
(Redação - Agência IN)