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Serviços ao largo da crise

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Marta Nogueira, Jornal do Brasil

RIO DE JANEIRO - Se em alguns ramos da indústria brasileira a retração econômica mundial derrubou as vendas, o setor de serviços, inclusive o comércio, mal percebeu que houve crise. Os consumidores continuaram comprando, gastando, como mostram as lojas e as estatísticas. Roupas, acessórios, calçados, alimentos, calçados, beleza e outros serviços têm lotado shoppings e supermercados.

Segundo o diretor geral da rede de supermercados Prezunic, Genival Bezerra, desde o anúncio da crise, não houve mudanças no comportamento dos consumidores.

Inicialmente pudemos notar uma maior procura por preços mais baratos, mas não durou muito. Os supermercados continuam cheios como antes e as pessoas continuam procurando por seus produtos preferidos.

No setor de supermercados outro fenômeno foi observado. Com o receio trazido pela crise econômica mundial, os brasileiros, qo invés de comerem em lanchonetes e restaurantes, optaram por comprar mais alimentos e cozinhar em casa. Com isso, os supermercados continuaram registrando crescimento e ainda apresentaram um leve crescimento.

De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) as vendas nos supermercados marcaram um aumento de 15,18% no acumulado de 2008, um valor bem elevado se comparado ao aumento de 9,80% notado em 2007, quando a economia estava em pleno crescimento.

Em 2009, o primeiro semestre acumulou um crescimento 11,10% e as expectativas são muito boas. O presidente da Abras, Sussumu Honda, destaca que a crise econômica aconteceu mesmo no setor financeiro e o alarde da mídia em geral deixou a população com medo, que reagiu manifestando mudanças em certos hábitos de consumo.

O crescimento da renda e os preços mais estáveis ajudaram a manter as vendas nos mercados. Não tivemos queda no emprego e a economia vem caminhando bem, com injeção de recursos e incentivos do governo disse Honda.

Patrícia Almeida, gerente de canais de uma companhia de telefonia, não deixou de cuidar da beleza nem um momento ao longo do último ano. Grávida de 8 meses, Almeida freqüenta sempre o salão e gosta de se sentir muito bonita.

Toda a semana venho fazer as unhas, o cabelo corto a cada dois meses, sobrancelha, maquiagem. Este ano de crise econômica a única medida que tomei foi deixar de comer em restaurantes muito caros e procurar alternativas mais viáveis conta.

A comissária Bianca Fontoura conta que a crise fez com que ela repensasse seus gastos e chegasse a conclusão de que ela pode gastar menos com suas compras.

Antes eu ia no minimercado mais próximo da minha casa e comprava sem me preocupar com os preços, agora faço uma pesquisa entre os supermercados antes de sair para as compras conta Fontoura, que também mencionou que nos últimos tempos tem procurado comprar mais ingredientes para cozinhar sempre que pode - eu gasto muito menos quando como em casa do que optando por ir em restaurantes.

Já Eliete Siqueira, advogada, gosta muito de comer em casa. Para ela, os preços aumentaram levemente nos últimos tempos, mas ela não deixou de comprar por isso.

Eu prefiro me alimentar no lar, pois assim posso preparar tudo mais saudável como arroz, feijão, saladas, legumes, carnes, enfim, comida de brasileiro brincou.

Também seguindo está linha de beleza, as lojas de roupas também não sentiram nenhum impacto da crise. Com os shoppings cheios, os consumidores continuam procurando se vestir bem e apresentar uma boa aparência.

Sandra Freitas, 28, e sua irmã Regina, 20, vieram de Brasília para passear no Rio de Janeiro e acabaram aproveitando para fazer algumas compras no shopping.

Estamos há quatro dias no Rio e já passamos por vários lugares. Hoje é o dia das comprinhas declarou Sandra, que destacou que no seu estado não sentiu reflexos da crise. Ela acrescenta que no início sentiu um receio das pessoas em gastar dinheiro e uma queda dos preços em decorrência disso, mas que tudo já voltou ao normal.