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Lula volta defender maior presença do Estado na economia

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Mylena Fiori, Agência Brasil

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a importância do fortalecimento do papel do Estado na economia e na promoção do bem estar social, ao participar nesta quinta-feira da abertura do Simpósio Internacional sobre Desenvolvimento Social, em Brasília.

Lula disse que foram os governos que salvaram o mundo da crise econômica internacional.

- Na hora que o alicate apertou, quem teve a confiança do povo e quem teve que fazer intervenção na economia foi exatamente o Estado, que foi desacreditado durante tanto tempo pelo Consenso de Washington, pelas políticas neoliberais - afirmou.

O presidente da República disse ainda o povo brasileiro foi um dos responsáveis para que a crise não causasse os mesmos danos que causou nas economias de outros países.

- Aqui no Brasil, quem sustentou a crise econômica para não causar o estrago que a crise causou noutros países foi o povo brasileiro consumindo e o Estado brasileiro investindo - disse. E ironizou, em portunhol, os empresários estrangeiros que se queixam da elevada carga tributária no Brasil.

- Quem vem aqui pedir para a gente ter uma carga tributária pequena são os empresários dos países que têm a maior carga tributária do mundo e o maior estado de bem estar social do mundo - disse Lula.

- Um país que tem uma carga tributária de apenas 10% ou 8% não pode fazer política social porque o Estado não existe - completou.

Lula destacou a importância do simpósio internacional iniciado nesta quarta-feira, para se compartilhar com outros países a experiência brasileira em políticas sociais.

- As experiências do Brasil serão muito úteis a outros países desde que tenham ajuda financeira - disse.

O presidente chegou a sugerir que cada nação rica do mundo se disponha a adotar um projeto de desenvolvimento para algum país da África.

- Se a gente não fizer isso, essa crise econômica, do jeito que está, pode até diminuir, mas os países que eram pobres vão ter mais problemas daqui para frente - afirmou.

O Simpósio Internacional sobre Desenvolvimento Social vai até esta sexta-feira, dia 7, e tem como principal objetivo analisar os avanços e os desafios dos países emergentes na superação da pobreza e da desigualdade.