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Um pouco mais longe da crise

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Jornal do Brasil

RIO - Depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter confirmado ontem que a taxa de desemprego do país caiu de 8,8%, em maio, para 8,1% da população economicamente ativa em junho, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, estimou que o total de desocupados deve fechar o ano em um patamar entre 7% e 7,5%. O índice anunciado ontem é o menor desde dezembro, quando o indicador apresentou o melhor desempenho da série histórica (6,8%).

O resultado de junho foi o mesmo de julho de 2008, quando o indicador de desemprego iniciou uma queda livre só interrompida pela crise mundial. Embora o agravamento da crise tenha ocorrido em setembro, só em dezembro a turbulência se refletiu no indicador de mão de obra. Entre os primeiros sinais da crise e o resultado do indicador, há uma defasagem.

Para 2010, a expectativa de Lupi é ainda mais otimista: a volta do índice para 6,8% ou 6,9%:

Os pessimistas estão se adaptando à realidade do Brasil. O país já venceu essa crise. Vamos gerar mais de 1 milhão de empregos até o fim do ano. O Brasil, no G-20, é o melhor. A queda do desemprego vai se acentuar no segundo semestre, e acredito que vamos ficar entre 7% e 7,5% (no fim de 2009). (O dado) É do meu otimismo e do mundo real comemorou o ministro do Trabalho, ao acrescentar que as cifras divulgadas ontem pelo IBGE não o surpreenderam.

Em 2010 vamos ter recorde de geração de emprego e de crescimento em todo o governo Lula. A taxa de desemprego deve ficar abaixo de 7% ou perto disso, 6,8% ou 6,9% previu Lupi.

A nova taxa de desemprego para junho anunciada ontem pelo IBGE manteve-se estatisticamente estável , de acordo com o instituto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (7,9%).

Dinheiro liberado

O governo federal anunciou ontem a liberação de R$ 9,95 bilhões para o pagamento do seguro-desemprego no primeiro semestre deste ano. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, lembrou que o volume representa recorde de ambos os mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde 2003.

De acordo com o ministro, a ampliação do seguro-desemprego em mais duas parcelas para mais de 100 mil trabalhadores, além do aumento do salário mínimo, elevaram o valor do pagamento do benefício no primeiro semestre. Entretanto, admitiu que a crise financeira também contribuiu para o resultado.

Tivemos um grande volume de demitidos em dezembro que começam a receber o seguro-desemprego a partir de janeiro e fevereiro. Até dar entrada e receber, demora 45 a 60 dias. Depende de cada caso. Isso é muito positivo. É mais dinheiro na economia. Quando o trabalhador recebe esse dinheiro, ele vai comprar alguma coisa. É investimento e vai direto para quem tem mais necessidade valorizou Lupi.

Benefício

O seguro-desemprego pode ser requerido não só por todo trabalhador dispensado sem justa causa, como também por aqueles cujo contrato de trabalho foi suspenso em virtude de participação em curso ou programa de qualificação oferecido pelo empregador; por pescadores profissionais durante o período em que a pesca é proibida devido à procriação das espécies e por trabalhadores resgatados da condição análoga à de escravidão. De acordo com o Ministério do Trabalho, cerca de 600 mil trabalhadores recebem o seguro-desemprego mensalmente.

O valor mínimo do seguro-desemprego é, atualmente, de R$ 465 (salário mínimo) e o máximo, de R$ 870. O valor médio de pagamentos é de R$ 595. O valor do seguro-desemprego é calculado com base nos três últimos salários de cada trabalhador. Normalmente, o prazo de pagamento é de três a cinco meses.