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NOVA YORK - O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, propôs nesta sexta-feira uma ação mais severa com dealers nos mercados de derivativos pouco compreensíveis que contribuíram para gerar uma crise nos Estados Unidos e no mundo.
Em audiência no Congresso, Geithner divulgou propostas que tornariam grandes dealers como JPMorgan Chase e Goldman Sachs passíveis de supervisão bem mais forte que no passado.
- Nós propomos exigir que todos os dealers de derivativos no mercado de balcão... Estejam sujeitos a supervisão e regulação substancial, incluindo exigências conservadoras de capital e de margem e padrões de conduta firmes - disse.
O governo Obama vem tentando promover uma reforma no sistema de regulação financeira após a crise que já dura dois anos ter afetado economias em todo o mundo.
As propostas para os derivativos são apenas uma pequena parte da reforma geral, que deve enfrentar meses de discussão política antes de virar lei.
Nos EUA, quatro grandes bancos controlam cerca de 90% dos mercados derivativos: JPMorgan Chase, Bank of America, Citigroup e Goldman Sachs.
Geithner disse que o sistema atual permitiu que algumas instituições financeiras vendessem grande quantidade de derivativos mesmo sem ter o capital para fazer frente a esses compromissos.
Ele citou o exemplo da seguradora AIG, que precisou de enorme injeção de recursos dos contribuintes para evitar um colapso, entre os tipos "mais evidente e prejudicial" dessas firmas.
Geithner acrescentou que, entre as reformas, a Securities and Exchange Commission e a Commodity Futures Trading Commission devem ter autoridade para impor exigências de relatórios e registros de todos os derivativos de balcão.
- Nosso plano vai ajudar a evitar manipulação de mercado, fraude e outros abusos ao prover completa informação aos reguladores sobre a atividade de derivativos nos mercados de balcão - completou.
O mercado global de derivativos de US$ 450 trilhões incluem os credit default swaps - instrumentos que quase derrubaram a AIG.