Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - As maiores economias do mundo, responsáveis por 80% das emissões de gases de efeito estufa, aceitaram limitar a 2°C o aumento da temperatura do planeta, de acordo com fontes diplomáticas brasileiras e europeias.
A ideia vai figurar no documento final e representa um grande avanço, segundo declarou à imprensa o diplomata Luiz Alberto Figereido Machado, chefe dos negociadores para questões de meio ambiente do Brasil.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, indicou, no entanto, que os resultados da cúpula em termos de luta contra o aquecimento global são insuficientes.
Os dirigentes do G-8 tinham uma oportunidade única, que corre o risco de não voltar a se apresentar disse o porta-voz Yves Sorokobi.
No rascunho da declaração final, o Fórum das Maiores Economias (FME), que reúne 16 países, reconhece que o aumento médio da temperatura mundial não deve exceder os 2°C em relação aos níveis pré-industriais, que correspondem à temperatura do final do século 18.
Com a introdução deste princípio, serão respeitadas as recomendações científicas baseadas em uma avaliação de que a temperatura do planeta já aumentou quase um grau desde então.
O Fórum se compromete a identificar um objetivo comum de redução das emissões de gases de efeito estufa antes de 2050, afirma o documento, sem precisar a porcentagem.
Por insistência da China, os países do FME desistiram de se comprometer a reduzir pela metade suas emissões de gases de efeito estufa até 2050.
Segundo Figueiredo, embora o documento final do encontro represente um grande avanço para a questão, a proposta não tem credibilidade se o G-8 não adotar metas intermediárias até 2020.
Nós podemos aceitar o objetivo de 2050 dentro de um quadro de metas robustas a médio prazo afirmou o chefe dos negociadores. Mas não podemos lidar apenas com o longo prazo, porque se perde credibilidade. Tem que existir metas de redução fortes e profundas até 2020.