Portal Terra
DA REDAÇÃO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá crescer no segundo trimestre deste ano. O ministro disse que a queda de 0,8% do primeiro trimestre divulgada hoje foi menos ruim do que esperava o mercado.
Mantega disse que o resultado do PIB "frustrou" as expectativas dos pessimistas. Segundo ele, uma compilação com a previsão de 20 bancos mostra que "todos erraram" no desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre.
Mantega afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou satisfeito com o resultado do PIB e que isso mostra a capacidade de recuperação rápida da economia brasileira.
- Esse cenário já é o passado, é um olhar pelo retrovisor. A economia brasileira já está dando sinais de recuperação - disse Mantega. O PIB caiu 0,8% no primeiro trimestre de 2009, em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o Brasil entrou oficialmente em recessão técnica, pois o conjunto das riquezas produzidas no País já havia caído 3,6% nos últimos três meses de 2008.
Apesar do desempenho melhor que o esperado, o ministro afirmou que o governo vai ter que continuar a estimular a economia, seja com medidas fiscais, monetárias e anti-cíclicas.
- Para que nós possamos conseguir um PIB positivo este ano significa que vamos ter que continuar a fazer muito esforço esse ano (...) Não será uma tarefa fácil, porém é um desafio possível de ser alcançado - disse ele.
Apesar de ressaltar que o PIB do 2º trimestre deve ser positivo, na comparação com o primeiro, o ministro destacou que a melhora não deve ser imediata e sim gradual, culminando com um desempenho "satisfatório" no último trimestre do ano. Segundo ele, isso fará com que o País entre em 2010 com a economia "aquecida".
Entre os fatos apontados para a afirmação de que o País está se recuperando, o Mantega afirmou que a indústria automobilística teve números positivos em maio, que a construção civil também tem sinais de recuperação e o fluxo de crédito está se normalizando, com a atuação "principalmente" dos bancos públicos.
Apesar de ressaltar a importância da política monetária para a recuperação da economia brasileira, o ministro se absteve de comentar possíveis rumos da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que está reunido nesta terça-feira e deve, amanhã, anunciar a nova taxa básica de juros (Selic).
- Não comento o possível comportamento do Copom, como é minha tradição aqui. Falo dos juros praticados na economia Está havendo uma redução, mas ela não é suficiente - disse ele.