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Setor cloro-soda espera crescimento para 2º semestre

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SÃO PAULO, 20 de maio de 2009 - A produção brasileira de cloro e soda cáustica caiu respectivamente 3% e 1,8% no primeiro trimestre de 2009, quando comparado ao mesmo período do ano passado, informou hoje a Associação Brasileira de Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor). O presidente da instituição, Roberto Bischoff, avaliou o recuo como "leve" e considerou que a expectativa do setor é de crescimento já a partir do segundo semestre deste ano. O consumo aparente de cloro teve baixa de 2,9% no período. Enquanto que o de soda cáustica teve acréscimo de 5,6%.

O uso cativo de cloro manteve estabilidade nos três primeiros meses do ano, com queda de 0,5%, para 269.192 toneladas. As vendas totais recuaram 16,5%. Bischoff lembrou que as vendas totais de cloro só incluem as vendas no mercado interno, já que o cloro não é exportado.

A capacidade instalada do segmento avançou 9,4% no trimestre. Já o nível de utilização teve queda de 11,3%, para 80,9%. Bischoff justificou que a demanda por cloro cresce regularmente, enquanto que a capacidade avança aos saltos. "Por isso, a utilização não costuma acompanhar o crescimento da capacidade." No entanto, ele ressaltou que neste primeiro trimestre houve a incidência de dois fatores. "Além do salto da capacidade, a crise mundial causou retração da demanda. Os fatores somados aumentaram as desproporções entre capacidade e utilização", explicou.

Bischoff destacou que a utilização de capacidade já demonstrou recuperação em abril. Segundo o presidente da Abiclor, o setor de química e petroquímica é o principal consumidor de cloro, responsável pela utilização de cerca de 95% da produção interna.

Dentro deste segmento, 44% é destinado para a produção de PVC. "Acreditamos muito no crescimento deste setor, que deverá ser puxado por iniciativas governamentais que impulsionam áreas como construção civil e saneamento", disse. E completou: "Nossa principal preocupação são os setores que dependem de exportação, como papel e celulose".

Ainda dentro da indústria química, Bischoff disse que os setores de ácido clorídrico - utilizado pelas indústrias de alimentação, mineração, siderurgia - e de hipoclorito de sódio - usado principalmente na produção de produtos de limpeza - não sentiram os efeitos da crise financeira. As vendas dos dois segmentos tiveram alta de 6,7% e 3,3%, respectivamente, no acumulado de janeiro a março deste ano. No entanto, a participação destas substâncias (ácido clorídrico e hipoclorito de sódio) representam uma parcela pequena dentro da produção total de cloro, disse Bischoff.

Com relação à soda cáustica, as vendas totais do produto recuaram 6,7% nos três primeiros meses de 2009, sendo 6,8% no mercado interno e 4% no mercado interno. A capacidade instalada teve alta de 9,9% no período, para 410.953 toneladas. Já o nível de utilização recuou 5,6%, para 81,8%. Bischoff destacou o avanço de 16,7% nas importações do produto. "Essas importações, vindas principalmente da China, nos preocupam", disse.

Bischoff lembrou, entretanto, que o consumo de energia elétrica representa 45% dos custos de produção da indústria de cloro-sódio. "O preço da energia na China vêm aumentando, e isso poderá impactar os preços do produto", afirmou.

(Carina Urbanin - InvestNews)