O parecer é da Fecomercio-SP, que em nota divulgou que "a taxa de juros média no mundo está entre 4,5% e 5%. Nos Estados Unidos, Japão e Europa essa média está abaixo de 2%. Comemorar que a Selic caiu de 11,25% para 10,25% parece ser resignação demais", diz Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo - Fecomercio.
Segundo o especialista, análises da Fecomercio apontam que a Selic deveria cair para, pelo menos, 8% ao ano até o final de 2009. A redução de 3,25 pontos porcentuais geraria uma economia de 14 bilhões para o País no pagamento de juros da dívida pública.
Além disso, uma queda maior, como é possível no momento, teria mais capacidade de estimular a atividade econômica, beneficiando a indústria, o comércio e o governo com a arrecadação de impostos. "Em razão do agravamento da crise financeira internacional, o Copom deveria ter sido mais ousado. O Brasil ainda continua com uma das taxas de juros mais altas do mundo o que é insustentável em meio à crise", criticou em nota.
Szajman aponta ainda que os dados recentes mostram um cenário econômico ainda de retração. O desemprego, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está crescendo e a produção Industrial em São Paulo aponta para um trimestre ruim, com queda de 15% em relação ao primeiro trimestre de 2008.
O presidente da Fecomercio observa que não há pressão inflacionária e, para completar, o real passou a se valorizar nas últimas semanas e os preços de commodities internacionais continuam em patamares baixos.
Na sua avaliação, uma queda mais acentuada da Selic permitiria maior equilíbrio fiscal, já que o governo anunciou recentemente a redução de 1,3 pontos porcentuais no superávit primário, hoje em 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a R$ 36 bilhões a menos para o pagamento de juros da dívida.
A Fecomercio defende o alinhamento da política fiscal, com redução de impostos, com a política monetária para estimular a queda do spread bancário. "O equilíbrio das duas políticas gera benefício para o consumidor que vai pagar menos juros, principalmente neste cenário em que os brasileiros estão contraindo dívidas com taxas mais altas de mercado: cheque especial e cartão de crédito."
(Redação - InvestNews)