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RIO DE JANEIRO - A Petrobras inaugura na quinta-feira um dos mais avançados laboratórios do setor de petróleo do mundo, segundo a empresa, com objetivo de baratear o custo da exploração na região pré-sal do País. Com investimentos de R$ 30 milhões, a unidade é uma parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a principal representante de um conjunto de laboratórios de menor porte da Petrobras que serão inaugurados em universidades de todo País.
O objetivo da unidade, batizada de Laboratório de Corrosão e Ensaios não Destrutivos (LNDC), será testar materiais, formar pessoal e promover pesquisas para enfrentar os desafios do pré-sal nos próximos anos.
O laboratório vai simular as condições de temperatura e pressão no pré-sal e o comportamento dos materiais ao óleo extraído na região.
Descoberto em 2007, o pré-sal é uma área de cerca de 800 km que se estende do Espírito Santo a Santa Catarina com grande potencial de reservas. Apenas em dois campos, Tupi e Iara, dos nove que serão explorados pela estatal, existem entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de óleo equivalente, praticamente dobrando as reservas de 14 bilhões atuais.
Desde 2006 a Petrobras vem investindo R$ 400 milhões por ano para a instalação dos laboratórios, informou o gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras, Carlos Tadeu da Costa Fraga.
- Só conheço algo parecido no Reino Unido. Esse laboratório vai nos permitir realizar testes simulando as condições encontradas no pré-sal e selecionar os melhores materiais - explicou nesta quarta-feira sobre a unidade que será inaugurada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta.
Com previsão de investimentos de US$ 111 bilhões até 2020, a exploração no pré-sal enfrenta vários desafios tecnológicos que deverão ser abordados pelo novo laboratório, como a presença de elementos químicos altamente corrosivos no petróleo encontrado em Tupi.
- O gás sulfídrico e o CO2 que estão presentes no pré-sal são muito agressivos do ponto de vista de corrosão dos materiais - informou o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, Segen Estefen, presente na coletiva.
Ele explicou que quando se trabalha numa escala gigante de produção, como está previsto para ocorrer no pré-sal de Santos, é necessário buscar redução de custos.
- Existem várias soluçõs de engenharia para o pré-sal, mas nessa escala, se for replicar o que se usa nos outros campos, o custo fica muito alto - avaliou.