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Vendas da Petrobras em março superam 2008, diz Gabrielli

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REUTERS

RIO DE JANEIRO - As vendas da Petrobras em março foram melhores do que no mesmo mês do ano passado e os preços das licitações para os projetos da empresa começam a cair, informou nesta terça-feira o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, que mesmo assim considera cedo para se falar em recuperação da demanda.

- É um sinal de que a economia tem uma certa recuperação, que ninguém sabe o tamanho dela, mas é um indicador. Mas é dificil dizer a tendência com apenas essa observação avaliou o economista após palestra para executivos de finanças no Rio de Janeiro.

Apesar de otimista com as indicações de melhora, Gabrielli observou que é necessário mais tempo para confirmar a tendência e lembrou que os fornecedores da companhia podem ter problemas de financiamento se a crise se agravar.

Sem falar em números, Gabrielli informou que o valor das licitações da empresa começa a refletir a queda do preço do petróleo, o que poderá baratear os custos dos projetos da Petrobras, que planeja investir R$ 60 bilhões este ano e US$ 174,4 bilhões de 2009 a 2013.

- Nas licitações atuais os preços estão menores do que nós esperávamos, estamos vendo mais empresas concorrendo e menos prazo para execução dos projetos - disse o executivo.

Ele observou que apesar da Petrobras já ter praticamente garantido os recursos para os investimentos de 2009 e 2010, seja através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou bancos privados, um possível agravamento da crise de financiamento pode afetar seus fornecedores e comprometer o ritmo dos investimentos da empresa.

- Isso pode fazer com que o problema dos forncedores seja ainda mais grave do que o nosso e nós tenhamos que deslocar recursos para viabilizar, manter o ritmo desses fornecedores, e pode significar a gente ter que atenuar o ritmo de crescimento do nosso investimento em função disso - afirmou durante palestra.

Ele avaliou no entanto que a crise financeira não deve continuar em 2011 e por isso não aposta em riscos para a financiabilidade da Petrobras e nem da execução do plano quinquenal da companhia, que equivale a um investimento de US$ 100 milhões por dia.

- E como nós achamos que nossos projetos são viáveis, precisamos manter os forncedores fornecendo - finalizou o executivo informando que até o momento nenhum deles bateu na porta da companhia para pedir ajuda.

Ele lembrou que já foram criados fundos de investimento creditórios para ajudar a capitalização da indústria e desde dezembro a Petrobras tem antecipado o pagamento para as empresas que pedem.

Em dezembro foram antecipados R$ 480 milhões e em janeiro, R$ 780 milhões. Ele não soube informar o desempenho em março, que segundo o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, em entrevista recente, teria ficado abaixo de fevereiro.

- Quem quiser antecipar (capital de giro) pode nos procurar - finalizou Gabrielli.