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Notícas dos EUA derrubam bolsa; dólar sobe

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SÃO PAULO, 30 de março de 2009 - As perdas expressivas nos mercados mundiais refletiram a maior cautela dos investidores em assumir riscos após o governo dos Estados Unidos se mostrar insatisfeito com o plano de reestruturação proposto pelas montadoras de Detroit, General Motors e Chrysler. O presidente Barack Obama sugeriu que as empresas adotem o mecanismo de recuperação judicial (antiga concordata) para se reestruturarem e reduzirem suas dívidas.

"A melhor oportunidade de êxito poderia residir no uso da lei de falências, de uma maneira rápida e cirúrgica", destaca o grupo de trabalho em suas conclusões, que servem de base para o plano para a indústria elaborado pelo presidente Barack Obama.

O outro setor no epicentro da crise, o financeiro, balançou com as declarações do secretário do Tesouro dos Estado Unidos, Timothy Geithner. O executivo disse que ainda sobraram US$ 135 bilhões do fundo de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso para dar apoio ao setor financeiro em meio à crise internacional e que bancos ainda precisariam de uma ampla quantia de dinheiro.

Em Wall Street, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) fechou com perda de 3,27%, nos 7.522,02 pontos. O S&P 500 teve desvalorização de 3,48%, para 787,53 pontos. A Nasdaq, que concentra as ações do setor de tecnologia, encerrou aos 1.501,80 pontos, com recuo de 2,81%.

No mercado doméstico não foi diferente. O índice acionário da BM&FBovespa terminou a sessão com recuo de 2,99%, aos 40.653 pontos. O giro financeiro somou R$ 3,62 bilhões.

O dólar voltou a subir com força nesta segunda-feira, ultrapassando a barreira psicológica de R$ 2,30 pela primeira vez desde 13 de março. A moeda norte-americana acompanhou o nervosismo das bolsas internacionais e fechou em alta de 1,75%, vendida a R$ 2,332.

Além da busca por proteção em dólar, especialistas destacam a maior pressão dos investidores carregados em posições compradas no mercado futuro da BM&FBovespa (apostando contra o real), já que o Banco Central (BC) não acenou com a rolagem restante dos contratos de swap que vencem em 1º de abril. Já no leilão de linha com compromisso de recompra em data futura, a autoridade monetária vendeu US$ 850 milhões.

Já o mercado de renda fixa, os agentes financeiros repercutiram positivamente o resultado do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) que apontou deflação de 0,74% em março, bem mais forte do que o consenso de mercado, que esperava -0,35%. Também teve reflexo no mercado os dados do boletim Focus e relatório de inflação.

O boletim Focus trouxe mais revisões para baixo nas expectativas inflacionárias. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,42% para 4,32% neste ano. Por outro lado, o mercado financeiro cortou de 0,01% para 0,0% a estimativa para Produto Interno Bruto (PIB) para 2009.

Esses dados fortalecem as expectativas de que novas reduções da taxa Selic, atualmente 11,25% ao ano, devem continuar no decorrer dos próximos meses. Para a equipe econômica da Gradual Investimentos se antes se dava a impressão de que a inflação era ainda um problema sério neste ano, agora vemos um BC muito mais preocupado com a desaceleração econômica doméstica e externa, e seus efeitos deletérios sobre o nível de emprego.

Na BM&FBovespa as projeções de curto prazo repercutiram os dados internos. Já no longo prazo as taxas tiveram leve alta decorrente de uma nova onda de preocupações em torno do setor automotivo norte-americano e também em relação aos bancos. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2010, o mais negociado, apontou juro de 9,73%, ante 9,82% do ajuste anterior. O DI com resgate em janeiro de 2012 projetou juro de 10,72%, contra % 10,67% do fechamento de sexta-feira.

(Redação - InvestNews)