Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou segunda-feira detalhes da ajuda do governo ao setor automobilístico americano, com incentivos fiscais para a compra de veículos até o fim do ano, e negou que o comando da montadora General Motors (GM) possa ser transferido para o governo. Como forma de dar novo impulso à indústria automobilística, o governo, segundo Obama, vai tentar liberar o mais rapidamente possível os recursos do pacote de US$ 787 bilhões aprovado em 17 de fevereiro deste ano destinados à compra de carros oficiais. Além disso, o presidente disse que vai tentar fazer com que as verbas do Orçamento para compra de carros da frota do governo federal também sejam liberadas mais rapidamente.
Obama disse também que o governo vem trabalhando com companhias de financiamento para compra de automóveis a fim de restaurar o fluxo de crédito, tanto para consumidores como para concessionárias.
Impulso às vendas
Em seu discurso, Barack Obama informou também que o IRS (a Receita Federal dos Estados Unidos) lançou ontem uma campanha de benefício fiscal nas compras de carros entre 16 de fevereiro e o fim deste ano:
Essa medida pode poupar às famílias milhares de dólares e levar à venda de até 100 mil veículos explicou , destacando, em seguida, destacou o sucesso de medidas adotadas em países europeus para estimular a compra de modelos mais eficientes no consumo de combustível.
O presidente americano destacou que o governo vai oferecer capital suficiente para a GM nos próximos 60 dias, a fim de que a montadora possa elaborar um novo plano de reestruturação, mas negou que seja intenção do governo assumir o controle da empresa.
Embora a GM tenha feito um esforço de boa fé para se reestruturar nos últimos meses, o plano que eles apresentaram não é, na sua forma atual, sólido o suficiente. Mas vou ser claro: o governo dos EUA não tem nenhum interesse ou intenção de assumir a condução da GM. Estamos interessados em dar à GM uma oportunidade para que sejam finalmente feitas as mudanças muito necessárias que permitirão à empresa ressurgir mais forte e mais competitiva explicou Obama
Chrysler & Fiat
Para o presidente, a situação da Chrysler é mais desafiadora e por isso o governo concluiu com profunda relutância, mas com uma visão clara que a empresa precisa de um parceiro para permanecer viável , em vista da parceria que a Chrysler vem negociando com a italiana Fiat.
A Fiat está preparada para transferir sua tecnologia de ponta para a Chrysler e, após trabalhar com a equipe do governo, se comprometeu a construir veículos e motores mais eficientes nos EUA. Também garantimos um acordo que vai assegurar que a Chrysler devolva todo o dinheiro do contribuinte aplicado em novos investimentos que sejam feitos antes que a Fiat obtenha permissão para adquirir participação na empresa acrescentou Obama.
A Chrysler e a GM já apresentaram no mês passado seus planos de reestruturação ao Congresso, como contrapartida pela ajuda de US$ 17,4 bilhões oferecida a ambas em dezembro do ano passado.