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Bolsa cai mais de 3% com preocupações externas

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SÃO PAULO, 30 de março de 2009 - O cenário extremamente positivo observado na semana passada não se repete nesta segunda-feira. Novas preocupações com os setores automobilístico e bancário levam os principais mercados acionários mundiais a registrarem forte perdas. A bolsa brasileira segue o movimento e, instantes atrás, apresentava desvalorização de 3,08%, aos 40.616 pontos. O giro financeiro estava em R$ 1,6 bilhão.

"A abertura desta semana aponta para uma reversão do sinal positivo que predominou nos mercados internacionais na última semana, diante de uma nova onda de preocupações em torno do setor automotivo norte-americano e também em relação aos bancos", afirma Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Shahin.

De acordo com a imprensa internacional, um grupo de trabalho do governo norte-americano rejeitou o plano de reestruturação apresentado pela General Motors (GM) e Chrysler, e advertiu que ambas montadoras poderão entrar em concordata para diminuir suas dívidas. "A melhor oportunidade de êxito poderia residir no uso da lei de falências, de uma maneira rápida e cirúrgica", destaca o grupo de trabalho em suas conclusões, que servem de base para o plano para a indústria que o presidente Barack Obama.

Já Obama afirmou, durante a apresentação do plano de ajuda ao setor, que vai garantir capital suficiente para a GM nos próximos 60 dias para que a empresa possa se reestruturar, mas negou a intenção de assumir o controle da companhia.

Campos Neto também lembra a entrevista concedida durante o final de semana, pelo secretário do Tesouro Tim Geithner que afirmou que algumas instituições financeiras ainda precisarão da ajuda de grandes quantias.

"Isto traz novamente à tona os temores com o setor financeiro e nesta semana o banco Morgan Stanley será o primeiro a anunciar o resultado do trimestre", completa. Ele lembra, também, que os próximos dias também serão marcados pela expectativa em torno da reunião dos países do G-20, que ocorrerá nos dias 1º e 2 de abril. Serão debatidas propostas para reverter a recessão global projetada para 2009.

No âmbito macroeconômico, os números e informações mais recentes fornecem o sinal de que, ao menos, a atividade estancou a trajetória de baixa, todavia ainda sem recuperar força. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação, anunciado nesta manhã pelo Banco Central, a projeção para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 caiu de 3,2% para 1,2%, mesmo assim acima da mediana das previsões contidas no Boletim Focus (0%). Para o BC, o desempenho ainda positivo do varejo poderá contribuir para estabilizar a economia.

(Vanessa Correia - InvestNews)