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Prêmios se ajustam para cima seguindo cena internacional

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SÃO PAULO, 3 de março de 2009 - Os contratos de juros futuros passaram por um pregão de ajustes nesta terça-feira e acumularam prêmio de risco na BM&FBovespa, acompanhando o clima tenso dos mercados internacionais. Nos Estados Unidos, os agentes monitoram o anúncio do plano de estímulo ao consumo, no qual o Federal Reserve (Fed, banco central americano) poderá emprestar até US$ 200 bilhões aos investidores, comprando títulos ligados a cartas de crédito, empréstimos para automóveis e outros tipos de consumo a crédito.

No fim do dia, o contrato de DI para janeiro de 2010 saltava de 10,67% para 10,71%, enquanto que os prêmios dos papéis para abril deste ano, que concentra as apostas para a reunião do Copom da semana que vem, passaram de 11,93% para 11,94% ao ano.

Nas mesas de operações, a expectativa é de que a curva a termo de juros futuros deve continuar nos próximos dias refletindo as apostas de novo corte agressivo na taxa básica Selic, diante dos números comportados de inflação e do enfraquecimento progressivo dos níveis de atividade. Pela manhã, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na capital paulista, desacelerou para 0,27% em fevereiro - resultado 0,19 ponto percentual menor em relação à inflação de 0,46% observada no mês anterior.

Para a semana, os investidores aguardam os números da produção industrial, com divulgação prevista para sexta-feira. Segundo o economista do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, o setor industrial deve dar mostras de que está em pequena recuperação em relação ao abismo atingido no final do ano passado. "Porém, a tendência é que o nível da atividade seja, ao longo deste 1º semestre, inferior ao observado no mesmo período de 2008", avalia. A expectativa é de que o segmento mostre recuperação na margem em torno de 10%.

Para a LCA, os sinais de melhora da atividade doméstica, ainda incipiente, não configura argumento suficiente para que o BC desacelere no curto prazo o ritmo de flexibilização da política monetária. "O Copom deve promover novo corte de 1 ponto na reunião da próxima semana embasado no quadro ainda desconfortável de crédito retraído e fragilização do mercado de trabalho, nos resultados recentes da inflação corrente - que têm vindo abaixo das expectativas, consistentes revisões para baixo nas projeções de inflação e, sobretudo, o no crescimento do PIB", destaca a consultoria.

(Simone e Silva Bernardino - InvestNews)