Agência Brasil
AGÊNCIA BRASIL - O presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), Marcio Pochmann, afirmou nesta segunda-feira que o governo precisa editar medidas emergenciais o quanto antes para que a crise financeira internacional não agrave ainda mais a situação no Brasil.
- O desbloqueio dos gastos públicos é a principal delas - afirmou.
Outra medida, segundo ele, é a redução da taxa de juros que começou a cair no mês passado.
- Recomendo que os juros caiam entre 5 e 6%", aconselhou. A queda, porém, não precisa ser brusca. A diminuição pode acontecer de maneira gradativa - disse.
Entretanto, o economista alerta que o desbloqueio dos gastos públicos não pode ser confundido com enxugar a máquina estatal.
- Cortar os gastos hoje é acabar com os impostos de amanhã. O governo tem sido importante ao fornecer benefícios como o seguro-desemprego e o bolsa-família, que ajudam a aquecer a economia - ressaltou.
Para Pochmann, cabe ao governo "injetar recursos na veia o quanto antes". "As alternativas criadas pelo governo são boas, mas precisam acontecer logo", ressaltou. O economista comentou ainda que as "quase medidas" como o aumento do salário mínimo para R$ 465 já são perceptíveis na economia.
- Os resultados apareceram na produção e comercialização de veículos - destacou.
O presidente do Ipea afirmou também que a economia brasileira vive uma "quase recessão".
- Os dados da indústria são preocupantes porque é este setor que antecipa a crise - ressaltou.
Em março, o Ipea deverá fazer a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2009.
- Com a crise financeira internacional, junto à sazionalidade deste primeiro trimestre, em que a economia é mais morna, os impactos ficaram mais vísiveis - completou. Pochmann prevê que o ano pode não ser tão ruim.
- O cenário é de expansão o ano todo na economia - afirmou.