ASSINE
search button

Prejuízos dos bancos chegarão a US$ 3,6 tri, diz economista

Compartilhar

Agência AFP

AFP - A crise financeira pode provocar prejuízos e depreciações de US$ 3,6 trilhões ao setor bancário mundial, disse nesta quinta-feira um dos primeiro economistas que anteviu a atual crise.

Nouriel Roubini, um economista da Universidade de Nova York, apelidado de "doutor desastre" por seu pessimismo de muitos anos, indicou que as perdas podem superar o trilhão de dólares já admitido pelos bancos de todo o mundo.

A projeção dos prejuízos significa que o sistema bancário americano está no "limite da insolvência", disse o economista, que previu a crise hipotecária em 2006.

Em uma análise divulgada em seu blog RGE Monitor, Roubini e a analista Elisa Parisi-Capone fazem uma projeção dos prejuízos globais de US$ 1,6 trilhão sobre um total de US$ 12,37 trilhões de empréstimos sem aval. Cerca de US$ 1,1 trilhão de perdas foram registradas nos bancos e entidades financeiras dos Estados Unidos.

Outros US$ 2 trilhões corresponderão à depreciação dos grupos financeiros, cujo valor total é estimado em US$ 10,84 trilhões. Os bancos americanos e fundos especulativos terão prejuízos de US$ 600 bilhões a US$ 700 bilhões.

Como resultado, os prejuízos financeiros rondarão os US$ 3,6 trilhões, a metade em companhias americanas, disse Roubini, acrescentando que estas perdas vão aniquilar o sistema financeiro dos Estados Unidos, que tem uma capitalização de US$ 1,3 trilhão em bancos comerciais, mais US$ 110 bilhões em bancos de investimentos desde o terceiro trimestre de 2008.

Contando com injeções de capital do governo, a previsão dos prejuízos "continua deixando os bancos americanos à beira da insolvência se nossa estimativa de perdas se materializa", escreveram Roubini e Parisi-Capone.