Obama, 47 anos, filho de um negro do Quênia e de uma branca do Kansas, deve prestar juramento por volta de 12h (15h em Brasília), nas escadarias do Congresso. Para isso, colocará a mão sobre a mesma Bíblia usada por Abraham Lincoln para tomar posse em 1861.
A posse marca também a realização dos sonhos de, entre outros, gerações de afro-americanos que sofreram a escravidão e depois da segregação racial oficial, que os reduzia a cidadãos de segunda classe.
Ainda durante a madrugada, apesar do frio intenso, multidões encapotadas já se dirigiam para o local da posse e para o contíguo Mall, avenida monumental de Washington, com um imenso gramado central, que começa no Congresso. Mais de 1 milhão de pessoas devem lotar o Mall, onde vários telões transmitirão a cerimônia.
Havia congestionamentos nos acessos a estacionamentos próximos às estações de metrô, e mesmo às 5h os trens já estavam lotados. Alguns mais entusiasmados acamparam para estarem entre os primeiros a passar pela segurança, onde rapidamente se forma uma aglomeração.
Durante a noite, a cidade se entregou à ´obamamania´. Muita gente tirou o smoking e os vestidos de gala dos armários para os primeiros bailes formais - que na verdade antecedem à série ´oficial´ de bailes da posse, na noite de terça para quarta-feira.
Nunca um presidente dos EUA começou seu mandato gozando de tanta confiança da população - aprovação de 78% na última pesquisa Gallup. É uma situação contrária do antecessor dele, George W. Bush, que deixa o cargo com uma popularidade baixíssima, em grande parte devido às guerras do Iraque e do Afeganistão e à recessão.
Milhares de seguranças foram mobilizados para manter a ordem. Há barricadas em grande parte do centro da cidade, cujas ruas estão fechadas para carros particulares.
"A escravidão entra para a história; posse de Obama", era o que dizia o cartaz manuscrito segurado por um homem sorridente numa calçada do centro.
Num discurso de posse que está sendo preparado há semanas - e que está entre os mais aguardados da história -Obama deve convocar os norte-americanos para uma era de responsabilidade e união contra as dificuldades.
(Redação - InvestNews)