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Volatilidade marca último dia da semana

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SÃO PAULO, 16 de janeiro de 2009 - Hoje os investidores acompanharam com otimismo o socorro ao Bank of America dado pelo governo dos EUA, que ajudou a apaziguar parte do nervosismo visto nos últimos dias. No entanto, a volatilidade teve início durante a tarde após a varejista norte-americana de produtos eletrônicos Circuit City, que emprega mais de 30 mil assalariados, anunciar que pediu falência. Os responsáveis pela liquidação serão a Great American Group, o Hudson Capital Partners, a SB Capital Group e a Tiger Capital Group. Os administradores irão supervisionar a venda dos produtos nas mais de 550 lojas da segunda maior varejista de eletrônicos nos EUA, antes do fechamento da empresa.

Ontem, ao final dos negócios, a imprensa internacional informava que o BofA receberia US$ 20 bilhões do governo dos Estados Unidos para ajustar sua contabilidade depois da compra do Merrill Lynch, além de garantias de até US$ 118 bilhões. O Citi também terá garantias do governo.

Hoje ambas as instituições reportaram prejuízo - US$ 1,79 bilhão para o BofA e US$ 8,29 bilhões para o Citi - no quarto trimestre de 2008. O Citi ainda disse que vai se dividir em duas unidades operacionais: uma de operações bancárias e a outra de corretagem, gestão de ativos e financiamento ao consumidor. Suas atividades sadias vão voltar a ter seu nome histórico de Citicorp - em claro símbolo do fracasso da fusão há onze anos para formar o grupo atual -, enquanto seus ativos de alto risco serão reagrupados no Citi Holdings.

Outra que também recebeu ajuda do governo foi o braço financeiro da Chrysler, a Chrysler Financial. A instituição receberá US$ 1,5 bilhão, que sairá do pacote de salvamento do setor financeiro de US$ 700 bilhões.

Foi destaque ainda a divulgação dados que apontavam que a confiança do consumidor norte-americano registrou 61,9 pontos em janeiro, conforme informações medidas e divulgadas pela Universidade de Michigan. Os dados vieram acima do que o mercado projetava que era em torno de 58,5 pontos. Em dezembro, o índice reportou 60,1 pontos.

Somado a isto, a produção industrial norte-americana, divulgada hoje pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), surpreendeu negativamente os mercados ao apresentar queda de 2% em dezembro, na comparação com novembro. A expectativa dos analistas apontava para um recuo em torno de 0,8%. No mês anterior, a produção industrial havia registrado queda de 1,3% (dado já revisado).

Na BM&FBovespa as projeções de juros embutidas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) sinalizaram queda na maioria dos vencimentos com mais um dado ruim na economia brasileira. Desta vez foram às vendas do comércio varejista que caíram 0,70% em novembro, ante outubro, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro das estimativas dos analistas (-2,50% a +0,80%), mas mostrou um desempenho inferior ao da mediana, que era de -0,60%.

Já o índice acionário acompanhou a volatilidade do mercado e fechou em alta de 0,49%, aos 39.341 pontos. O giro financeiro somou R$ 3,59 bilhões.

No entanto, apesar de mais uma bateria de notícias ruins, os investidores se mantiveram menos avessos ao risco e o dólar registrou sua primeira queda em cinco sessões. No término do pregão, a moeda norte-americana recuou 1,47%, para R$ 2,343 na compra e R$ 2,345 na venda. Ainda assim, na semana, a divisa estrangeira acumula ganhos de 3,2%.

(Redação - InvestNews)