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Segue ajuste para Selic mais baixa

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SÃO PAULO, 16 de janeiro de 2009 - O mercado financeiro deve continuar ajustando suas projeções para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece em 20 e 21 de janeiro. Que o juro vai cair neste mês, não há dúvidas, segundo os comentários das mesas de operações de renda fixa e avaliações de economistas credenciados. Resta saber agora o tamanho do corte que o colegiado do Banco Central (BC) irá promover na taxa Selic, fixada em 13,75% ao ano.

Diante do travamento da indústria, do desemprego e da demanda mais fraca que diminui as pressões inflacionárias, as apostas de corte de 0,75 ponto percentual dos juros na semana que vem se consolidaram nestes últimos dias. Há economistas também estimando redução de 1 ponto percentual.

Na BM&FBovespa as projeções de juros embutidas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) sinalizaram queda na maioria dos vencimentos com mais um dado ruim na economia brasileira. Desta vez foram às vendas do comércio varejista que caíram 0,70% em novembro, ante outubro, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro das estimativas dos analistas (-2,50% a +0,80%), mas mostrou um desempenho inferior ao da mediana, que era de -0,60%.

Analistas ressaltam que os dados das vendas no varejo mais fraco é mais um motivo para um corte relevante da taxa de juros. Vale lembrar que as vendas do setor varejista é um importante termômetro sobre o desempenho da demanda diante da intensificação da crise interna no mercado de crédito e atividade industrial.

A equipe econômica do banco Fibra avalia que os possíveis impactos da desvalorização cambial sobre a inflação devem continuar no radar, mas não aparecem no topo da lista das preocupações de curto prazo.

O forte movimento de desaceleração da atividade econômica e a ausência de perspectivas de uma retomada parecem mais relevantes para a tomada de decisão de política monetária deste mês. Sendo assim, esses economistas acreditam que o colegiado do BC deve dar início ao ciclo de flexibilização da política monetária em um ritmo mais acelerado, reduzindo a Selic em, pelo menos, 0,75 ponto.

(Maria de Lourdes Chagas - InvestNews)