Agência Brasil
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu na quinta-feira, em Ladário (MS), que o levantamento oficial do mercado de trabalho deve constatar um número acima do comum, cerca de 600 mil, de dispensas em dezembro. O número ultrapassa a média de 300 mil a 400 mil na série histórica do mês. Ele disse ainda que a crise financeira mundial não deve ser motivo para os empresários tomarem medidas precitadas.
- A crise é motivo de preocupação, mas não pode ser motivo de nenhuma precipitação nem do governo e muito menos dos empresários- disse Lula, ao ser questionado sobre decisão das centrais sindicais de paralisar as negociações com os empresários para evitar demissões devido à crise.
Os números oficiais referentes ao último mês do ano, reunidos pelo Ministério do Trabalho no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), deverá ser divulgado na próxima segunda-feira.
Lula ponderou que a geração de empregos em 2008 ficou bem acima do que é normalmente registrado, citando que em outubro foram gerados 2,1 milhões postos de trabalho.
O presidente disse que pediu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, para solicitar à montadora de veículos GM que pague os salários respectivos a março aos funcionários dispensados. Segundo Lula, ele foi informado que os empregados demitidos teriam contratos vencendo neste mês.
Ele determinou ainda que os ministros do Trabalho, Carlos Lupi, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, elaborem relatório sobre quais setores estão demitindo mais no País e os motivos.
Lula citou, entre as medidas medidas tomadas pelo governo para minimizar os impactos da crise, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular a venda de carros e a compra de parte do Banco Votorantim, detentor da maior carteira de carros usados do País, pelo Banco do Brasil.
O presidente reforçou que anunciará outras medidas, ainda neste mês, para estimular o consumo e o crescimento da economia, e reiterou que o Brasil é o país mais preparado para enfrentar a crise.