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Klabin mantém cautela, apesar de avanços

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SÃO PAULO, 16 de janeiro de 2009 - Apesar da virada no mercado financeiro, com o aprofundamento da crise a partir de setembro, a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagem do Brasil, aponta 2008 como um ano marcado por diversos avanços importantes. A exemplo disso, Reinoldo Poernbacher, diretor geral da empresa, cita a conclusão da implantação do projeto MA-1100, no Paraná. Com esse projeto, a capacidade total de produção da companhia passa de 1,6 milhão para 2,0 milhões de tonelada ao ano. O investimento realizado foi da ordem de R$ 2,2 bilhões.

Entretanto, Poernbacher ressalta que "mesmo empresas saudáveis podem ter experiências negativas". Diferentemente de 2007, a companhia está lidando atualmente com uma situação peculiar. "A crise financeira transbordou para a economia, prever o cenário para 2009 é impossível", afirma.

De acordo com o diretor geral da companhia, todo dia se faz necessária uma nova leitura da realidade, antes analisada de três em três meses. Mas Poernbacher garante que a Klabin possui ferramentas que a ajudarão a enfrentar a crise, como disponibilidade de caixa - R$ 2,1 bilhões em 30 de setembro de 2008, liquidez e projetos concluídos.

Outro ponto favorável para a empresa foi o retorno dos preços das commodities para patamares menores, que "aliado a desvalorização da moeda coloca a Klabin em uma posição de competitividade muito forte", explica o executivo.

Para 2009, a companhia está limitando seus investimentos à geração de caixa e voltado apenas para manutenção, relatou Antonio Sérgio Alfano, diretor de planejamento e financeiro. Neste ano, foram investidos R$ 600 bilhões.

Segundo Alfano, o momento não é de previsões. "Não dá para saber como o dólar vai se comportar´, declarou. A companhia está trabalhando com diversas cotações, variando de R$ 2,00 a R$ 2,60, e para cada cotação há um plano diferente.

O diretor de planejamento e financeiro afirma ainda que planos de demissão, férias coletivas e parada de produção não configuram as estratégias da empresa. "Se ocorrer, será algo pequeno", disse.

A companhia estima que as exportações cresçam até 30% em 2009. Essa expansão será viável devido ao papel-cartão que sai da nova máquina, de menor gramatura, que oferece embalagens mais leves e resistentes e se enquadra dentro da nova política ambiental da Klabin: produzir mais com menos. Para Poernbacher, esta será uma das respostas da Klabin à crise, uma vez que o mercado demanda produtos mais sustentáveis.

No mercado interno, a previsão é de crescimento de aproximadamente 30%, para cerca de 130 mil toneladas, em função do deslocamento do consumo de bens duráveis para não duráveis.

A Klabin registrou prejuízo líquido de R$ 253 milhões no terceiro trimestre de 2008, ante um lucro líquido de R$ 178 milhões obtidos em igual período do ano anterior. No acumulado do ano, o prejuízo foi de R$ 1 milhão, enquanto que no mesmo período de 2007, o lucro líquido havia sido de R$ 550 milhões. O resultado líquido foi impactado pela desvalorização do real frente ao dólar.

(Micheli Rueda - InvestNews)