Agência AFP
ASSUNÇÃO - O Paraguai estipulou um prazo até agosto para que um acordo amistoso seja negociado com o Brasil a respeito dos preços da energia elétrica produzida pela usina binacional de Itaipu, informaram nesta sexta-feira autoridades de Assunção.
- Se, até o dia 15 de agosto, não houver nenhuma solução possível, o Paraguai se reserva o direito de recorrer a instâncias de arbitragem internacionais - anunciou hoje Ricardo Canese, designado pelo governo de Fernando Lugo para coordenar as negociações com os brasileiros.
Canese advertiu que, se não prosperarem as conversações para que o Paraguai consiga receber uma compensação maior pela energia elétrica vendida ao Brasil, o processo em um tribunal internacional "pode acontecer antes". - Se as coisas estão empatadas, para quê esperar? - indagou o técnico.
O Paraguai recebe cerca de US$ 300 milhões por ano do Brasil pela cessão de sua parte da energia produzida em Itaipu, que alimenta os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.
Lugo pede que seja praticado o "preço de mercado" entre os dois países - entre US$ 1,5 milhão e US$ 2 milhões anuais.
- Aqui, é o Brasil que deve ceder -afirmou Canese, destacando que o prazo fixado por seu país dá tempo suficiente para saber se o governo brasileiro está disposto a alcançar um acordo.