Durante a manhã, os negócios foram pautados pelo anúncio de que o BofA receberá US$ 20 bilhões do governo dos Estados Unidos para ajustar sua contabilidade depois da compra do Merrill Lynch, além de garantias de até US$ 118 bilhões. O Citi também terá garantias do governo. "Está mais do que claro que o governo não deixará mais nenhuma instituição financeira quebrar. Acho que os efeitos causados pelo Lehman Brothers serviram de lição", afirmou um operador.
Ambas as instituições reportaram prejuízo - US$ 1,79 bilhão para o BofA e US$ 8,29 bilhões para o Citi - no quarto trimestre de 2008. O Citi ainda disse que vai se dividir em duas unidades operacionais: uma de operações bancárias e a outra de corretagem, gestão de ativos e financiamento ao consumidor. Suas atividades sadias vão voltar a ter seu nome histórico de Citicorp - em claro símbolo do fracasso da fusão há onze anos para formar o grupo atual -, enquanto seus ativos de alto risco serão reagrupados no Citi Holdings.
Outra que também recebeu ajuda do governo foi o braço financeiro da Chrysler, a Chrysler Financial. A instituição receberá US$ 1,5 bilhão, que sairá do pacote de salvamento do setor financeiro de US$ 700 bilhões.
Mas a volatilidade teve início durante a tarde após a varejista norte-americana de produtos eletrônicos Circuit City, que emprega mais de 30 mil assalariados, anunciar que pediu falência. Os responsáveis pela liquidação serão a Great American Group, o Hudson Capital Partners, a SB Capital Group e a Tiger Capital Group. Os administradores irão supervisionar a venda dos produtos nas mais de 550 lojas da segunda maior varejista de eletrônicos nos EUA, antes do fechamento da empresa.
"A partir da semana que vem viveremos um novo ciclo com a posse de Barack Obama. Espera-se diretrizes mais firmes para tentar amenizar o impacto da crise na economia real. Ainda assim haverá uma queda de braço entre os detalhes do pacote de Obama e os balanços do quarto trimestre. O mais forte ditará o rumo dos negócios", afirma Marcelo Faro, economista da Intra Corretora.
(Vanessa Correia - InvestNews)