A melhora de humor também se sobrepôs ao forte recuo do preço do petróleo no mercado internacional. A commodity marcou desvalorização de 5%, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisar para baixo seus cálculos sobre a demanda da commodity em 2009. Em seu relatório mensal de janeiro, o cartel prevê uma queda de 0,2% (equivalente a 180 mil barris diários) da demanda de petróleo em 2009, superior às projeções anteriores, em virtude da deterioração da situação econômica mundial.
E as atuações de governos mundo afora para tentar evitar estragos ainda maiores em suas economias continuam. O Banco Central Europeu (BCE, sigla em inglês) anunciou hoje um corte na taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual (p.p.) para 2% ao ano, quarto corte seguido em pouco mais de três meses.
Já nos Estados Unidos, representantes do partido democrata revelaram detalhes do pacote de estímulo econômico, avaliado em US$ 825 bilhões: US$ 550 bilhões irão para gastos e transferência de recursos para os governos estaduais e US$ 275 bilhões em cortes de impostos.
Além disso, em dezembro, o índice norte-americano de preços ao produtor (PPI) registrou deflação de 1,9% - a quinta mensal consecutiva, enquanto que a atividade industrial na região de Nova York seguiu se deteriorando (-22,2 pontos em janeiro).
Internamente, o cenário sombrio, que derrubou as principais praças acionárias mundiais durante grande parte da sessão, acabou se dissipando ao final dos negócios. Depois de operar em queda de mais de 3%, o índice acionário da BM&FBovespa acabou encerrando a sessão em alta de 3,06%, aos 39.142 pontos. O giro financeiro somou R$ 4,01 bilhões.
Já as projeções de juros embutidas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) mantiveram a trajetória de queda no curto prazo diante da deflação mais forte do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10). O DI de janeiro de 2010, o mais líquido, apontou taxa anual de 11,41%, ante 11,57% do ajuste anterior. Por outro lado, no longo prazo as taxas oscilaram entre alta e baixa diante do acúmulo de indicadores negativos sobre a economia dos Estados Unidos. Mas, no final dos negócios, essas projeções cederam e o DI de janeiro de 2012 caiu de 11,75% para 11,68%.
Internamente, a deflação histórica de 0,85% registrada pelo IGP-10, o primeiro dado fechado de inflação de janeiro, fez crescer as apostas em corte mais agressivo de juro na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem. Embora o mercado já precificasse uma descompressão dos preços dos produtos industriais no atacado, a deflação do IGP-10, na primeira prévia do ano, surpreendeu. As estimativas apontavam para um recuo de 0,40%.
No mercado de câmbio, o dólar continuou operando pressionado pelo sentimento de aversão ao risco e pela pesada agenda de indicadores nos EUA. Após variar entre as pontas de R$ 2,365 e R$ 2,397, o dólar chegou ao fim do dia em alta de 1,32%, vendido a R$ 2,38. Nem mesmo o leilão de venda do BC conseguiu segurar as cotações.
(Redação - InvestNews)