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Quadro externo puxa dólar para cima, a R$ 2,38

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SÃO PAULO, 15 de janeiro de 2009 - Em dia de volatilidade, o mercado de câmbio continuou operando pressionado pelo sentimento de aversão ao risco e pela pesada agenda de indicadores nos EUA. Após variar entre as pontas de R$ 2,365 e R$ 2,397, o dólar chegou ao fim do dia em alta de 1,32%, vendido a R$ 2,38. Nem mesmo o leilão de venda do BC conseguiu segurar as cotações.

Segundo o gerente de câmbio da Fair corretora, Mário Battistel, a bateria de más notícias sobre a economia e as empresas norte-americanas sinalizando que os efeitos da crise devem continuar provocando grandes estragos pelo mundo, foi o que pesou sobre os negócios.

Em dezembro, o índice de preços ao produtor (PPI) registrou deflação de 1,9% - a quinta mensal consecutiva, enquanto que a atividade industrial na região de Nova York seguiu se deteriorando (-22,2 pontos em janeiro). Do lado corporativo, a Motorola e a divisão de aviação da GE informaram que irão dispensar funcionários este ano. Por outro lado, o JP Morgan, divulgou resultado trimestral melhor do que o esperado. O banco teve lucro líquido de US$ 702 milhões no quarto trimestre, volume 76% inferior aos US$ 2,97 bilhões registrados em igual período de 2007.

"A tendência é de que o câmbio siga se valorizando no curto prazo devido às perspectivas nada positivas para o cenário internacional", destacou Battistel. Hoje, o dólar também ganhou contra as demais moedas. "O pessoal está se desfazendo de investimentos mais rentáveis e correndo para os títulos do Tesouro americano e isso ajuda a apreciar o dólar", finalizou o gerente da Fair. Previsões mais pessimistas de alguns analistas dão conta de que o câmbio pode testar o teto de R$ 2,50 até o fim do mês.

(Simone e Silva Bernardino - InvestNews)