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Pacote americano terá US$ 825 bi

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Jornal do Brasil

RIO - Os deputados democratas dos Estados Unidos estão discutindo um pacote de US$ 825 bilhões em medidas de estímulo à economia que prioriza o sistema de saúde, educação e construção de estradas, além de cortes de impostos para empresas e pessoas físicas. Segundo agências internacionais, que tiveram acesso a uma cópia do documento, o valor se divide em gastos do governo, de cerca de US$ 550 bilhões, e cortes de impostos, de cerca de US$ 275 bilhões. Os valores podem mudar, no entanto, quando a medida for colocada em discussão no Congresso.

A proposta dos deputados democratas ainda inclui US$ 43 bilhões para auxílio-desemprego e para financiar programas de treinamento para desempregados, US$ 39 bilhões para cobrir despesas médicas de quem perdeu seu plano de saúde ao ser demitido e US$ 20 bilhões para o programa de cupons de alimentação.

Na semana passada, a presidente da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) dos EUA, Nancy Pelosi, disse que prevê a aprovação de um ambicioso plano de reativação econômica no máximo em 16 de fevereiro. Ela destacou que o feriado (Dia do Presidente) é seu prazo final para que as duas Câmaras do Congresso aprovem o plano, promovido pelo presidente eleito, Barack Obama, que toma posse no próximo dia 20. Até então, o valor que vinha sendo estimado para o pacote era US$ 800 bilhões.

O plano de estímulo econômico, segundo Obama, incluirá mais investimentos em infra-estrutura, ajudas aos governos locais e estaduais, e a criação ou preservação de 3 milhões de empregos. Prometeu um corte de US$ 1.000 em impostos para 95% das famílias de trabalhadores de classe média americanos.

Reforma internacional

Na terça-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, disse que o pacote anticrise de Obama pode dar um impulso significativo para a economia em recessão, mas destacou que outras medidas são necessárias para recuperar o país.

Na minha visão, ações fiscais são incapazes de promover uma recuperação durável a menos que sejam acompanhadas por fortes medidas no sentido de estabilizar e fortalecer o sistema financeiro. A História demonstra conclusivamente que a economia moderna não pode crescer se o seu sistema financeiro não está operando eficientemente comentou o presidente do Fed.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira, esperar que Barack Obama, ao assumir a presidência dos EUA, anuncie políticas específicas para conter a crise financeira internacional.

Estou torcendo para que ele anuncie para os EUA e para o mundo as políticas objetivas que vai adotar para diminuir a crise ou para acabar, em médio prazo, com a crise norte-americana afirmou Lula.

O presidente disse ainda que uma solução para a crise é importante porque atinge todo o mundo e ainda não há uma real dimensão das conseqüências.

Lula afirmou ainda que o assunto prioritário da reunião do G-20, que vai ocorrer em abril, em Londres, é a adoção de regras para a especulação no sistema financeiro internacional.

Para que o povo não seja mais vítima da sandice especulativa asseverou.

Nesta quinta-feira, o presidente participou, na Bolívia da inauguração de dois trechos do chamado corredor bioceânico, rodovia que ligará o Atlântico (Brasil) e o Pacífico (Chile e Peru).