"A classe média teve um grande aumento do poder aquisitivo e investiu em aquisições de alto custo. A elevação dos gastos em setores como habitação e transporte é natural, já que a classe teve mais condições de comprar ou financiar bens caros como casas e carros", explicou o membro do Conselho superior da OEB, Juarez Rizzieri.
Os setores saúde (7,98%), educação (6%) e vestuário (5,4%) representam as menores participações na renda. "São setores com gastos mais estáveis, e que não apresentaram significativos aumentos de custos nos últimos anos", disse Rizzieri.
O economista destacou a participação do grupo alimentação (17,81%) na renda da classe média, que teve redução de quase 9 pontos percentuais, ante dados da década anterior. "Apesar do aumento dos preços do alimento, o impacto na renda foi baixo. Isso confirma que o aumento da participação dos gatos setoriais na renda da classe média acontece, principalmente, puxado por aquisições como a compra de um carro. E não pelo aumento dos preços" , destacou o economista.
"Já para a classe baixa, o reflexo é outro", ressaltou o economista. Segundo dados da pesquisa, a faixa tem 37,56% da renda direcionada para a compra de alimentos. "Esta categoria gasta aproximadamente 40% de sua renda total, só com alimentos. É um índice muito alto, que evidencia o maior sofrimento dessas pessoas nos últimos anos".
(Carina Urbanin - InvestNews)