Internamente, a deflação histórica de 0,85% registrada pelo IGP-10, o primeiro dado fechado de inflação de janeiro, fez crescer as apostas em corte mais agressivo de juro na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem. Embora o mercado já precificasse uma descompressão dos preços dos produtos industriais no atacado, a deflação do IGP-10, na primeira prévia do ano, surpreendeu. As estimativas apontavam para um recuo de 0,40%.
A equipe econômica da Gradual Investimentos lembra que a inflação em queda é um forte indicador de desaceleração econômica, um ponto de equilíbrio entre oferta e demanda num patamar mais baixo. Ocorre hoje que o desaquecimento econômico está jogando para baixo a inflação no país.
"Não há segredos que o Brasil está entrando num momento de queda abrupta na atividade econômica", avalia a equipe. Para a reunião do Copom da semana que vem os economistas da Gradual Investimentos acreditam que o colegiado do Banco Central (BC) deve agir de forma energética promovendo um corte dos juros entre 0,75 e 1 ponto percentual. Atualmente, a taxa Selic esta em 13,75% ao ano.
Por outro lado, analistas ressaltam que os efeitos da recessão devem continuar provocando grandes estragos na economia global e com isso a volatilidade deve prevalecer nos principais ativos domésticos.
Nos EUA, a atividade industrial de Nova York continua se deteriorando e atingiu 22,2 pontos negativos em janeiro - quarto mês consecutivo de queda. Os pedidos por auxílio-desemprego aumentaram em 54 mil na semana passada, para 524 mil, enquanto que o índice de preços ao produtor (PPI) teve deflação 1,9% em dezembro.
No velho continente, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, para 2%, em linha com as expectativas.
(Maria de Lourdes Chagas - InvestNews)