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Cenário sombrio se dissipa e Ibovespa sobe 3,06%

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SÃO PAULO, 15 de janeiro de 2009 - O cenário sombrio, que derrubou as principais praças acionárias mundiais durante grande parte da sessão, acabou se dissipando ao final dos negócios. Depois de operar em queda de mais de 3%, O índice acionário da BM&FBovespa acabou encerrando a sessão em alta de 3,06%, aos 39.142 pontos. O giro financeiro somou R$ 4,01 bilhões.

O setor financeiro norte-americano voltou a ser o centro das atenções. As ações do Citi e Bank of America (BofA) chegaram a cair mais de 20% em Nova York. Os papéis do BofA reagiram a notícia veiculada na imprensa internacional na qual aponta que a instituição precisará de novo aporte do Tesouro dos EUA para concluir a aquisição da Merrill Lynch. Até fechamento desta reportagem, as ações dos bancos norte-americanos marcavam queda de 7%.

"Enquanto a voz salvadora [o Tesouro norte-americano] não se pronunciou, o mercado especulou e levou ambos os bancos a recuarem mais de 20%. Mas está na cara que o governo não deixará mais ninguém quebrar", afirma José Costa Gonçalves, diretor da Indusval Corretora.

O Citi deve divulgar seus resultados trimestrais amanhã, enquanto que o BofA anuncia seus números na próxima terça-feira [20]. "A volatilidade voltou com força. Do jeito que as coisas andam, não me surpreenderia que o mercado voltasse a subir 4% amanhã caso algum balanço corporativo viesse melhor do que o projetado", ressalta Gonçalves.

Hoje foi a vez o JP Morgan Chase. A instituição norte-americana reportou lucro líquido de US$ 702 milhões no 4º trimestre de 2008, volume 76% inferior aos US$ 2,97 bilhões registrados em igual período de 2007. Mesmo com o recuo, o resultado ficou bem acima do projetado pelos analistas.

A melhora de humor também se sobrepôs ao forte recuo do preço do petróleo no mercado internacional. A commodity marcou desvalorização de 5%, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisar para baixo seus cálculos sobre a demanda da commodity em 2009. Em seu relatório mensal de janeiro, o cartel prevê uma queda de 0,2% (equivalente a 180 mil barris diários) da demanda de petróleo em 2009, superior às projeções anteriores, em virtude da deterioração da situação econômica mundial.

E as atuações de governos mundo afora para tentar evitar estragos ainda maiores em suas economias continuam. O Banco Central Europeu (BCE, sigla em inglês) anunciou hoje um corte na taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual (p.p.) para 2% ao ano, quarto corte seguido em pouco mais de três meses. Já nos Estados Unidos, representantes do partido democrata revelaram detalhes do pacote de estímulo econômico, avaliado em US$ 825 bilhões: US$ 550 bilhões irão para gastos e transferência de recursos para os governos estaduais e US$ 275 bilhões em cortes de impostos.

"Nossa sorte é que o problema é mundial. Como estamos no andar de baixo, vamos nos beneficiar", completa o diretor da Indusval Corretora.

(Vanessa Correia - InvestNews)