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Gabrielli prevê ritmo mais lento de projetos no mundo

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Denise Luna, REUTERS

RIO DE JANEIRO - Ao estimar pelo menos mais um ano de crise global, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, previu nesta quarta-feira que o ritmo dos projetos do setor de petróleo ficarão mais lentos, e por este motivo o preço da commodity tende a subir no futuro.

Ele ressaltou, no entanto, que a Petrobras não seguirá essa tendência do mercado.

- A Petrobras não vai retrair investimentos porque está em posição ótima nesse quadro, porque entre as grandes empresas é a que tem melhores projetos e portanto perspectivas de estar muito bem situada na retomada da economia - disse a jornalistas após homenagem ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

- Com certeza vai haver contração de investimentos mais gerais, e isso vai fazer com o que o crescimento futuro de alguns projetos seja mais lento e, consequentemente, isso vai provocar a retomada de preços no futuro (pela queda de produção) - afirmou.

Às vésperas de apresentar o plano de negócios para o período 2009-2013 ao Conselho de Administração da empresa, no dia 19, Gabrielli informou que o novo plano "terá vários cenários", devido à impossibilidade de se ter precisão nos rumos da economia.

Segundo Gabrielli, variáveis como o comportamento da taxa de câmbio e o recuo no preço dos bens e serviços ainda não estão claros.

- Estamos num momento em que a crise nos Estados Unidos, tende a se espalhar, vai chegar de forma diferenciada em cada país, mas existem ainda incógnitas que não estão claras - explicou.

Ao ser perguntado se a empresa poderá priorizar no novo plano projetos para produção de óleo leve, de maior valor no mercado, Gabrielli admitiu que "a posição relativa dos diversos projetos deve se alterar", mas não deu detalhes.

- Vamos produzir mais óleo leve, mas a produção crescente tem horizonte de longo prazo porque tem um tempo de maturação de 7, 8 anos - afirmou.

Ele voltou a garantir que os projetos do pré-sal não serão afetados pela crise e que a Petrobras tem "uma perspectiva de crescimento única entre as grandes empresas de petróleo do mundo".

- Temos reservas provadas e a desenvolver em torno de 14 bilhões de barris... e temos capacidade de praticamente dobrar as reservas nos próximos 3 anos - afirmou o executivo.

Em meio a anúncios de demissões em outras empresas do país, Gabrielli afirmou que a Petrobras não tem planos de demissões e continua realizando concursos. Segundo o executivo, desde 2001 a companhia promove uma substituição de terceirizados por contratados.

- Temos plano de primeirização, que não é decorrente da crise...estamos fazendo concurso - disse o executivo.