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Autoridades e empresários do petróleo debatem licitação de blocos

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Gabriel Costa, JB Online

REDAÇÃO - Autoridades e empresários da indústria do petróleo participaram hoje de debate sobre a 10ª rodada de licitação de blocos para exploração de petróleo e gás natural, promovido pelo [b]Jornal do Brasil[/b] e pela [b]Gazeta Mercantil[/b].

O estímulo ao pequeno e médio produtor de petróleo, a retomada da exploração terrestre do insumo e a manutenção do atual modelo regulatório de concessões e royalties deram o tom da mesa redonda.

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, destacou na abertura do evento, a existência de cerca de 3 mil poços em campos marginais no país que poderiam representar oportunidades para o pequeno produtor, uma vez que esses campos não apresentam tanto interesse para as grandes empresas. Segundo Lima, no entanto, a 10ª rodada não envolve esses campos, e sim territórios mais adequados ao empresário médio.

O diretor-geral da ANP ressaltou ainda que, das 47 empresas qualificadas para apresentar propostas na rodada, 30 são brasileiras.

O primeiro painel do evento contou com a participação de Nelson Narciso Filho, diretor da ANP; Álvaro Teixeira, secretário execturivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP) e Wagner Freire, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP).

Narciso filho, em sua exposição, destacou a existência de cerca de 7,5 milhões de quilômetros quadrados com potencial de exploração no país, sendo cinco milhões em terra ([i]on shore[/i]), e 2,5 milhões no mar ([i]off shore[/i]). Segundo o diretor da ANP, a previsão é de que o país seja capaz de manter a oferta de petróleo acima da demanda em qualquer circunstância.

- O Brasil, em verdade, está competindo com o mundo inteiro em termos de investimento - disse Narciso Filho.

Álvaro Teixeira afirmou que, embora o IBP reúna os maiores exploradores do país, o instituto reconhece que existem oportunidades para todo o espectro de produção. Teixeira destacou, no entanto, que as pequenas empresas não devem começar já na exploração.

O presidente da ABPIP, Wagner Freire, disse que, no atual cenário de baixa nos preços vai apresentar dificuldade para as pequenas empresas independentes, por causa do portifólio limitado desses produtores.

Freire destacou ainda que descobertas em áreas pré-sal não são novidade no contexto mundial da indústria.

No segundo painel, o secretário extraordinário de Energias e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte, Jean-Paul Prates, afirmou que a indústria do petróleo sempre superou os desafios tecnológicos e logísticos que surgiram, mas que isso só é possível com a injeção de recursos e investimentos.

Alfredo Renault, superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), chamou a atenção para o fato de que cerca de 25% dos planos de investimento para os próximos anos são provenientes de empresas "não-Petrobras". Ele lembrou ainda que a Bacia de Campos tem 19 campos em desenvolvimento.

- Campos já produz tanto que nós esquecemos o que ainda vem pela frente - destacou Renault.

Riverton Mussi, prefeito de Macaé, município que recebe os royalties de uma indústria petrolífera que movimenta cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos, apresentou os resultados sociais e de infra-estrutura da aplicação desses recursos.

- O crescimento decorrente da exploração de petróleo tornou Macaé uma cidade inviável pelo alto custo de vida, até que, 17 anos depois da chegada da Petrobras, chegaram os recursosdos royalties - disse.

O moderador de ambos os painéis foi Marcello D'Angelo, diretor de Conteúdo da [b]Gazeta Mercantil[/b]