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Leilões do BC derrubam dólar

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SÃO PAULO, 5 de dezembro de 2008 - Os novos sinais de fragilidade da economia norte-americana derrubaram os principais índices acionários e chegaram a manter o câmbio no maior nível desde abril de 2005. Mas o dólar terminou o dia em baixa de 1,67%, vendido a R$ 2,470, influenciado pela série de leilões do Banco Central (BC). Ainda assim, nos últimos quatro dias, a moeda estrangeira avançou 6,51% sobre o real. No ano, a divisa acumula 39% de ganhos.

A autoridade monetária interveio com mão de ferro nesta sexta-feira e conseguiu trazer a taxa de câmbio de R$ 2,62 para R$ 2,44. Foram cerca de US$ 1,326 bilhão em contratos de swap e mais três leilões de linha no mercado à vista à taxas de R$ 2,5355, R$ 2,5480 e R$ 2,5850.

Em destaque, a notícia de que a economia dos Estados Unidos eliminou 533 mil postos de trabalho em novembro, bem acima dos 325 mil vagas esperadas - o maior nível desde 1974. A taxa de desemprego, por sua vez, subiu para 6,7% no período - mais alta desde 1993. Segundo a consultoria LCA, a gravidade da situação deverá reforçar as apostas de uma redução do juro anual do Fed de 1% para 0,5% na reunião do Fomc do dia 16. Já para o Banco Fator, o resultado do payroll deve derrubar o juro para os simbólicos 0,25%. Foram 1,2 milhão de vagas fechadas em 3 meses.

No mercado, a expectativa é de que a situação de desemprego se agrave ainda mais nos próximos meses. Ontem a companhia de telecomunicação AT&T informou que irá cortar 12 mil empregos, já o Bank of America poderá reduzir em até 30 mil empregos como parte do processo da compra do Merrill Lynch.

Contribuíram para o sentimento negativo do dia a indicação de que países emergentes como Índia, Rússia e China também estão em processo de desaceleração, assim como as economias desenvolvidas e o aumento recorde no número de atrasos em pagamentos de hipotecas do terceiro trimestre, conforme apontou a Mortgage Bankers Association (MBA).

(Simone e Silva Bernardino - InvestNews)