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INB quer exportar excedente de urânio

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SÃO PAULO, 19 de novembro de 2008 - O superintendente de Produção Mineral das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Adriano Maciel Tavares, disse que o momento atual, com o mercado global de urânio aquecido, é uma boa oportunidade para o país aproveitar para exportar o excedente de suas reservas do mineral. Adriano Maciel informou que o consumo mundial hoje é da ordem de 70 mil toneladas por ano e que o preço varia atualmente entre os US$ 150 a US$ 200 dólares o quilo.

Com reservas estimadas em torno de 309 mil toneladas de urânio, "abundante para atender ao país", o presidente da INB disse que o país poderia exportar na faixa de mil toneladas/ano, mesmo com a entrada em operação de novas usinas nucleares, além de Angra I e II.

"A idéia seria de exportar um volume estimado em mil toneladas de urânio beneficiado a cada ano, mas a intenção esbarra na falta de regulamentação especifica e da decisão política do governo federal", disse.

Adriano Maciel disse ainda que o país precisa de mais investimento no setor para voltar a realizar pesquisas, descobrir novas reservas e explorar o imenso potencial existente para a produção de urânio em larga escala.

"O último investimentos que fizemos em pesquisa foi em 1985. A verdade é que as pesquisas estão paradas atualmente no país e em números aproximados foram gastos apenas US$ 160 milhões para realizá-las no país, embora tenham um potencial enorme de produção", afirmou.

O executivo da INB estimou que o país possa atender a demanda nacional com urânio totalmente enriquecido no Brasil, mesmo com a projeção de construção de novas usinas nucleares nos próximos anos.

"É a auto-suficiência total, qualquer que seja o horizonte de nucleares, quatro, oito, as unidades de Angra. O país está trabalhando para chegar a 2014 dominando todo o ciclo de enriquecimento de urânio", garantiu.

Adriano Maciel Tavares disse que com a entrada em produção da mina de Santa Quitéria, no Ceará, em 2012, o país estará produzindo, só nessa unidade, 1.200 toneladas de urânio, volume que saltará para 1.500 toneladas em dois anos.

"Nossa projeção, e estamos trabalhando para isto, é de que Caitité (BA) - mina de urânio explorada em parceria com a Galvani fertilizantes - possa também estar produzindo, em 2011, outras 800 toneladas. Então, ou teremos uma grande quantidade de urânio estocada, ou vamos ter que exportar. Mas a expectativa é de que, em 2013, nós cheguemos para o governo e avisemos: olha nós temos este excedente, podemos exportar?"

As informações são da Agência Brasil.

(Redação - InvestNews)