Para profissionais de renda fixa, o mercado continua bastante volátil e assim deve prosseguir nos próximos dias com os investidores temendo uma recessão global. Hoje os mercados fizeram mais uma tentativa para melhorar os negócios e com isso o clima foi mais tranqüilo.
Internamente, a dúvida em relação à política monetária brasileira segue no mercado. Há ala dos analistas que apostam em manutenção dos juros nos atuais 13,75%, dada a crise internacional, com reflexos no Brasil, notadamente com pouca disponibilidade de liquidez para crédito. Por outro lado, a ala dos mais conservadores estima aumento de pelo menos 0,25 ponto da Selic decorrente da inflação que segue pressionada.
A economista-chefe da Arkhe DTVM, Inês Filipa, que aposta em manutenção da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ressalta que o primeiro trimestre do ano que vem será bem delicado e que neste momento o colegiado do Banco Central (BC) está observando os reflexos do aumento do dólar na inflação e as expectativas dos agentes financeiros que continuam indicando alta. O último boletim Focus mostrou um salto do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,31% para 6,4% ao final deste ano. Para 2009, a previsão do IPCA saltou de 5,06% para 5,2%. No entanto, Inês acredita que o próximo boletim indicará uma expectativa mais amena.
As atenções dos investidores ficaram voltadas hoje para os Estados Unidos. A divulgação das vendas no varejo norte-americano, referente a outubro, foi o destaque da manhã. O indicador apontou recuo de 2,8%, enquanto que o mercado estava projetando uma queda de 1,4% para o período.
Os agentes financeiros monitoraram também as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, admitindo que começa a perceber um começo de melhora nos mercados de crédito graças aos esforços dos bancos centrais, mas reconheceu que a situação continua longe de estar estabilizada.
(Maria de Lourdes Chagas - InvestNews)