Agência AFP
TÓQUIO - O Japão vai oferecer, durante a reunião de cúpula do G20, um empréstimo de até US$ 100 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar os países mais afetados pela crise financeira mundial, anunciou nesta sexta-feira o governo de Tóquio.
Esta proposta será feita pelo primeiro-ministro japonês, Taro Aso, durante a cúpula dos países mais industrializados e emergentes do G20, nesta sexta-feira e sábado, em Washington, indicou um comunicado.
Aso também pedirá aos membros que aumentem sua contribuição ao FMI, a fim de ajudar os países que estão à beira da ruína. Islândia, Hungria e Ucrânia pediram ajuda ao Fundo nesse contexto.
- À espera que o aumento de capital seja efetivo, estamos dispostos a oferecer até US$ 100 bilhões ao FMI, retirados de nossas reservas de câmbio- afirmou ainda o comunicado.
O Japão possuía, até o fim de outubro, quase US$ 978 bilhões em reservas de câmbio, o que o coloca em segundo lugar mundial atrás da China.
O chefe de governo japonês vai propor que se duplique o total atual de recursos com que o Fundo conta, fixados em 340 bilhões de dólares, segundo o jornal Yomiuri Shimbun.
Aso vai se dirigir em particular aos países emergentes, como a China, para que aumentem sua contribuição ao FMI e obtenham, em compensação, um papel mais influente dentro da instituição, escreveu o jornal.
A China tem atualmente no FMI um direito de voto menos importante que o da Bélgica e Holanda reunidos.
O gabinete do primeiro-ministro japonês, Aso vai propor ao G20 que revise o sistema de direitos de voto dentro do FMI, do Banco Mundial e outras instituições internacionais.
O total exato dos empréstimos ao FMI ainda não foi decidido por Tóquio, mas poderá alcançar 10% das reservas de câmbio japonesas, afirmou o jornal econômico Nikkei.
Num primeiro momento, o Japão só colocará à disposição do FMI suas reservas em dinheiro líquido, acrescentou.
O grosso das reservas de câmbio japonesas está constituída, de fato, de bônus do Tesouro americano, e uma venda em massa para obter liquidez teria um efeito desestabilizador para o mercado e as taxas de juros a longo prazo, segundo Nikkei.