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Volatilidade predomina na Ásia; Tóquio sobe 7,74%

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SÃO PAULO, 29 de outubro de 2008 - Com exceção de Seul e Xangai, as bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quarta-feira, refletindo os ganhos observados ontem em Wall Street e impulsionadas pela expectativa de que o Banco do Japão (BoJ, central) e o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) reduzirão a taxa básica de juros. Por outro lado, notícias sobre a falta de liquidez provocaram forte volatilidade nos pregões da Coréia do Sul, China e Hong Kong.

O Nikkei 225 de Tóquio subiu 7,74%, para 8.211,90 pontos, registrando a sétima maior alta percentual desde que o indicador foi criado em 1950. O avanço ocorre dois dias após o índice ter atingido seu menor nível em 26 anos, abaixo da barreira psicológica dos 7 mil pontos.

O otimismo predominou no mercado japonês devido às expectativas de que o BoJ deverá atuar em sua próxima reunião de política monetária, prevista para esta sexta-feira. O mercado espera por uma redução de 0,25 ponto percentual no juro, que atualmente está fixado em 0,50% ao ano.

A previsão de que o Fed também diminuirá a taxa básica colaborou para os ganhos na sessão. Entre os bancos nipônicos, as ações do Mitsubishi UFJ Financial subiram 4,39%, enquanto os papéis do Bank of Yokohama cresceram 15,27%. Já os títulos do Sumitomo Mitsui avançaram 1,49%.

A desvalorização da divisa japonesa ante o dólar, somada ao baixo custo de ações de companhias exportadoras, colaborou para a compra de papéis de empresas de tecnologia e do setor automotivo, mesmo apesar da divulgação de balanços corporativos negativos. Em Tóquio, a moeda norte-americana encerrou o dia cotada a 96,64 ienes, contra 95,07 ienes da última sessão.

Os títulos da Canon cresceram 6,85%, enquanto os da Sony apontaram ganho de 1,75%, apesar de a companhia ter anunciado um recuo de 71,7% no lucro líquido entre julho e setembro de 2008. Já as ações da Toshiba subiram 10,97%, mesmo após a empresa ter comunicado um prejuízo líquido de 26,9 bilhões de ienes (US$ 278 milhões) no trimestre passado.

As preocupações sobre a falta de liquidez nos mercados atingiram hoje os pregões na Coréia do Sul, Hong Kong e China. Em Seul, o índice Kospi caiu 3,02%, para 968,97 pontos, principalmente após especulações de que o governo sul-coreano estuda novas medidas para elevar sua ajuda às instituições financeiras locais.

Na China, o índice Xangai Composto recuou 2,94%, para 1.719,81 pontos, influenciado pela notícia do jornal britânico Financial Times de que as autoridades chinesas atuarão para aumentar a liquidez nos mercados, inclusive entre as companhias do setor de seguros. Já em Hong Kong, o indicador referencial Hang Seng terminou o dia com ligeiro avanço de 0,84%, para 12.702,07 pontos.

Nos mercados de commodities, os futuros do barril de petróleo, com vencimento em novembro, operavam há pouco com alta de 2,71%, negociados a US$ 64,43 por barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York (NYMEX, sigla em inglês). O avanço no valor da commodity durante a madrugada incentivou também a compra de ações de empresas do setor de energia na Ásia.

As ações da petrolífera japonesa Inpex subiram 6,40%, enquanto as da australiana Woodside Petroleum avançaram 3,10%. Já entre as siderúrgicas, ambos os papéis da Rio Tinto e BHP Billiton apontaram alta de 3,71%. Destaque também para os títulos da Nippon Steel, que cresceram 2,61% apesar da companhia ter divulgado um recuo de 8,35% no lucro líquido entre abril e setembro deste ano.

(Marcel Salim - InvestNews)