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BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera que os progressos feitos durante as negociações da Rodada de Doha não sejam desperdiçados e disse que o Brasil continuará buscando maior liberalização do comércio agrícola mundial.
- Esperamos que os avanços já alcançados durante as discussões sejam preservados. É o que esperam os países mais pobres, que mais teriam a ganhar com um acordo - afirmou o presidente brasileiro em discurso durante almoço com o presidente da Costa Rica, Oscar Arias Sánchez, no Itamaraty, nesta quarta-feira.
Lula disse que, apesar da frustração com o fracasso das negociações, o país vai continuar 'empenhado na luta para a liberação do comércio agrícola'.
As negociações da Rodada de Doha, lançada em 2001 para permitir maior desenvolvimento dos países mais pobres, entraram em colapso na terça-feira depois de nove dias de discussões em Genebra com ministros dos principais envolvidos.
A questão de salvaguardas exigidas por países como Índia e China, que gostariam de uma proteção variável a seus agricultores em momentos de importações de alimentos em maiores volumes, parece ter sido o ponto crítico, depois que temas debatidos por um período muito maior, como os subsídios norte-americanos, foram praticamente resolvidos.
Outros participantes da reunião em Genebra, a exemplo de Lula, defenderam uma eventual retomada das conversas de onde elas pararam, aproveitando os documentos apresentados em Genebra, buscando um entendimento.
Não há previsão para uma nova tentativa de conclusão da Rodada de Doha e vários negociadores acreditam que pode demorar alguns anos.