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BRASÍLIA - O superávit primário registrado pelo setor público brasileiro caiu em junho frente ao mesmo período do ano passado, mas a economia acumulada no primeiro semestre, de R$ 86,116 bilhões, foi recorde.
Ainda assim, a cifra não foi suficiente para cobrir os vencimentos de juros do semestre, também os mais elevados da série do Banco Central, iniciada em 1991, e o país encerrou o período com déficit nominal de R$ 1,910 bilhão. Foi o menor saldo negativo da história, segundo os dados divulgados pelo BC nesta quarta-feira.
Apenas em junho, o superávit primário (diferença entre as receitas e despesas do governo, excluindo gastos com juros) foi de R$ 11,166 bilhões, pouco abaixo dos R$ 11,647 bilhões obtidos em igual período do ano passado e frente a um saldo positivo de R$ 13,207 bilhões em maio.
- Para o restante do ano, nossa expectativa é de que o resultado vá gravitar em torno desse saldo - afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
Ele destacou que os municípios têm restrições para gastar no segundo semestre por causa do calendário eleitoral e que há também expectativa de redução dos repasses de dividendos pelas estatais.
Em 12 meses encerrados em junho, o superávit primário foi equivalente a 4,27% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 4,34% do PIB em 12 meses até maio.
A meta oficial para o ano equivale a 3,8% do PIB, mas o governo também se comprometeu a realizar um esforço adicional de 0,5 ponto percentual do PIB para alimentar o fundo soberano que ainda será criado.